A greve dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), iniciada no último dia 5 de novembro e sem previsão para acabar, atrasou o início do cadastramento do seguro defeso – benefício pago pelo Governo Federal durante os meses que estão impedidos de exercer suas atividades. A inscrição dos pescadores deveria ter começado no dia 15 deste mês, mas em decorrência da paralisação até o momento nada foi feito.
No Acre, cerca de seis mil pescadores fazem jus ao benefício. A chefe do Setor de Seguro Desemprego da Delegacia Regional do Trabalho no Estado, Maria José, também responsável pelo cadastramento dos pescadores, assegura que eles não serão prejudicados. “Mesmo que eles façam o pedido no mês de março, quando é liberada a última parcelas, eles terão direito ao recebimento integral das parcelas”, disse.
Segundo ela, o cadastramento dos pescadores é feito in loco. O recurso para o pagamento das diárias dos servidores que atuam no setor já está na conta do Seguro Desemprego, portanto, tão logo encerre a greve será dado início ao trabalho.
PARALISAÇÃO – No âmbito nacional, a paralisação atinge 23 dos 27 estados da federação. No Estado do Acre, tanto a sede da DRT em Rio Branco como o posto de atendimento de Cruzeiro do Sul, aderiram ao movimento.
Os servidores reivindicam a implantação imediata de um Plano de Carreira Específico para o MTE, melhorias nas condições de trabalho, regulamentação da jornada de trabalho de 30 horas semanais, sem redução de salários, com dois turnos diários para ampliar o atendimento à população.
Além disso, querem uma política de treinamento e capacitação permanente; ampliação das vagas do órgão com contratação dos remanescentes do último concurso; paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas; isonomia do auxílio-alimentação do Poder Executivo com o do Judiciário, retorno do regime de solidariedade nos descontos da GEAP e garantia de melhoria na qualidade do atendimento.
A líder do movimento no Estado, Ivaneide de Oliveira, informou que os servidores que exercem cargo comissionado e exercem funções gratificadas estão pensando em entregar os cargos como forma de repúdio. “É inadmissível que um servidor ganhe R$ 200,00 como gratificação”, questiona Ivaneide.
FEIRA DO REPÚDIO – Outra possibilidade que está em vias de discussão é a realização da “Feira do Repúdio” – atividade já realizada em outros estados. Na prática ocorre os seguinte: os manifestantes montam barracas na frente dos locais de trabalho e passam a vender frutas como banana e abacaxi. Um carro de som é utilizado para chamar a atenção da sociedade.
Nesta sexta-feira, os manifestantes também realizam um café da manhã na sede da Delegacia do Trabalho, em Rio Branco. Na oportunidade, serão dados os informes em relação ao andamento do movimento grevista em todo o país e de como está o processo de negociação.