Apesar do pânico criado em torno do registro de dois casos de meningite em Assis Brasil, este ano, sendo que um deles evoluiu para óbito, a gerente do Departamento Estadual de Vigilância Epidemiológica, Tânia Bonfim, assegurou ontem, 23, que o Acre nunca registrou surto da doença. “Os casos registrados até agora no Estado estão dentro da normalidade”, disse.
A meningite é uma doença que consiste na inflamação das meninges – membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. É causada por vírus ou bactérias. Segundo Tânia, o quadro das meningites virais é mais leve e seus sintomas se assemelham aos da gripe e resfriados.
Todavia, a bacteriana, especialmente a meningocócica, é altamente contagiosa e geralmente grave. Estudos científicos comprovam que o ser humano é o único hospedeiro natural desta bactéria, cujas seqüelas podem variar, desde dificuldade no aprendizado até paralisia cerebral, passando por problemas como surdez.
De janeiro a outubro deste ano, foram registrados oito casos de meningite bacteriana em todo Estado, sendo cinco em crianças com menos de um ano de idade; dois em jovens de 15 a 19 anos; e um em adultos de 35 a 49 anos. Também houve o registro de cinco casos de meningite específica e dois relacionados a outras etiologias.
O único caso de óbito registrado foi em Assis Brasil. O maior número de mortes provocadas pela doença foi no ano de 2003, quando ocorreu o registro de 10 óbitos. Em 2004, caiu para seis; dois em 2005 e apenas um em 2006.
A doença chega a matar em cerca de 10% dos casos e atinge 50% quando a infecção atinge a corrente sanguínea e é este um dos motivos da importância do tratamento médico. Por isso, Tânia Bonfim, ressalta que o melhor remédio ainda é a prevenção.
“Além de assegurar que a criança tome a vacina, os pais também devem orientá-las a manter a higiene pessoal tanto em casa como na escola. Isso pode ser muito importante para prevenir a contaminação da doença”, reforça.
Evitar o uso de talheres e copos utilizados por outras pessoas ou mal lavados e ambientes abafados são formas de se diminuir as chances de adquirir a doença. Manter o sistema imunológico fortalecido e seguir corretamente as orientações médicas, caso tenha tido contato com alguém acometido pela doença são, também, medidas importantes.
E a mais importante delas, em qualquer sinal de alerta do organismo, procurar o médico. “Como os sintomas são muito parecidos com o da gripe comum, é importante a qualquer mal está mais prolongado ou aquela incômoda dor na nuca, procurar um médico”, finaliza.