Assim como os cidadãos comuns, dirigentes de órgãos públicos não estão acima da lei. Ao contrário, deveriam ser os primeiros a dar o exemplo.
Não é o que vem acontecendo com os dirigentes da Funasa. Mesmo a Justiça Federal já ter exarado sentença, obrigando-os a prestar assistência aos ex-guardas da extinta Sucam, acatando ação movida pelo Ministério Público Federal, as denúncias são de que esses servidores continuam desassistidos e morrendo um após outro. A ponto até de se falar em uma ‘fila da morte’, na qual mais 18 estariam em estado grave.
O que intriga e revolta é que mais de uma centena desses servidores morreram com os mesmos sintomas, as mesmas seqüelas causadas pela contaminação do DDT (Dicloro Difenil Tricloroetano) e os dirigentes da Funasa insistem em não reconhecer o óbvio.
A impressão que se tem – e não é só impressão – é a de que vão esperar que morram os 500 ex-guardas só aqui no Acre para se livrarem de uma vez por todas do problema. Mesmo com todas as evidências, alguns chegam à desfaçatez de insinuar que eles estão morrendo por levar uma vida pregressa. Seriam alcoólatras, dizem.
Como se disse, ninguém está acima da lei. Quem sabe não seria a hora de a Justiça e o Ministério Público fazer cumpri-la com os devidos rigores.