Natalício Braga e Major Resley Rocha
* Relatório que apurou denúncias de desvio de combustíveis foi arquivado por falta de provas
O sargento PM Natalício Braga está de volta à presidência da Associação dos Militares do Acre. O afastamento de 70 dias culminou com o período em que o Conselho Deliberativo da AME investigou denúncias de suposto desvio de combustível durante a gestão dele. Sua permanência ou não no cargo dependia desta apuração, mas como o afastamento do presidente, capitão PM Moreira, e conseqüente arquivamento do relatório por falta de provas, ele decidiu reassumir seu posto e avisa que vai cumprir o restante do seu mandado, que só se encerra em 2012.
Na sede da Associação dos Militares – que funciona atrás do quartel da Polícia Militar – Braga foi recepcionado pelo vice-presidente, sargento BM Luiz Gonzaga Ribeiro, que na sua ausência assumiu interinamente à presidência. O clima era de respeito e cordialidade, ficando o compromisso de que uma Assembléia Geral será marcada para que o desfecho do caso seja tratado de forma oficial com a categoria.
“Eu me afastei para não ser acusado de atrapalhar as investigações. Foi verificado que não houve desvio, uma vez que os litros contabilizados a mais eu paguei do próprio bolso, já que foram para uso pessoal”, explica. O sargento Ribeiro, que teve acesso ao resultado da investigações, afirma que o pagamento a que se refere Braga foi realmente comprovado.
Ele também rebateu a denúncia de suposto repasse financeiro, feito à Associação pelo vereador Sargento Vieira (PHS). “Só se esse dinheiro veio de uma forma invisível, porque não tenho conhecimento de nenhum repasse desses. Quem tem que dar explicações sobre isso é o sargento Vieira”, disse.
Sem citar nomes, Braga falou que todas as denúncias que foram feitas contra ele tinham a única intenção de difamar a ele e a sua família. “Eu quero dizer que essas pessoas que esperem 2012. São pessoas de mal caráter que não estão interessadas em saber a verdade”, atacou.
MAJOR ROCHA – O major PM Resley Rocha, membro do Conselho Deliberativo, discorda do arquivamento do relatório. Segundo ele, as provas contra Braga são reais e não entende porque este caso caminha para terminar em pizza. “A Associação dos Militares está estagnada. Esta aproximação com o governo só tem gerado intrigas e desunião”, disse. Segundo ele, o projeto político da AME, que já conseguiu eleger um vereador e se preparava para alçar vôos mais altos em 2010, está ameaçado por conta desse tipo de acontecimento.