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Armados, mais de 180 presos quebram grades e tentam fugir de presídio


Homens armados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da guarda peniten-ciária formada por PMs impediram que 184 detentos empreendessem fuga do pavilhão “J” no presídio Francisco de Oliveira Conde e saíssem pelo portão principal do complexo. Neste pavilhão, estão pessoas sentenciadas e consideradas pela Justiça de alta periculosidade (homicidas, estupradores, seqüestradores).  

O pavilhão onde ocorreu a tentativa de fuga está com sua capacidade esgotada e as celas não têm cadeado. O princípio de rebelião foi registrado por volta das 19 horas de segunda-feira. De acordo com as informações iniciais, os detentos tentaram derrubar o portão principal de acesso ao pavilhão. Estavam munidos de estoques, pedaços de madeira e encapuzados. Se tivessem ultrapassado o pavilhão poderia ter ocorrido um confronto com a PM, para tentar chegar ao portão principal do presídio. Mas, de acordo com informações do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), os militares controlaram a situação a tempo.

Militares ainda efetuaram disparos de emergência com revólver, na tentativa de intimidar os reeducandos, mas ninguém ficou ferido. Os detentos reclamam de penas vencidas, superlotação e tratamento diferenciado pela administração do presídio, entre outros. Alguns familiares estiveram no local na tentativa de obter informações, mas ninguém teve autorização para entrar no pavilhão. Uma revista nas celas foi iniciada logo após os policiais terem conseguido o controle da situação. A polícia buscava estoques, drogas, celulares e demais armamento que possa facilitar fuga.

O bacharel em Direito, Adriano Marques, que é presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, protestou contra as ameaças que a categoria vem sofrendo por trabalhar sem equipamentos de proteção e segurança. Segundo Adriano, na média geral cada pavilhão tem cerca de três agentes fazendo o serviço de guarda para mais de 200 homens presos, em 12 pavilhões. Adriano ameaça mobilizar os trabalhadores para fazer uma operação padrão: os agentes vão apenas cumprir expediente e evitarão a escolta dos detentos e levá-los para o banho de sol diário.

 

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