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Comitiva da Integração quer estrada entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa


O grupo de acreanos que viaja à Lima, no Peru, para o encontro com os presidentes Lula e Alan Garcia já percorreu 360 Km desde Pucallpa até Huanuco na Cordilheira dos Andes. Representantes do empresariado acreano das principais cidades viajam acompanhados de 22 deputados estaduais, dois federais, o vice-governador César Messias e os secretários esta-duais de Turismo e Ciência e Tecnologia. Na primeira etapa, depois da chegada à capital de Ucayalli via Cruzeiro do Sul, o percurso atravessou uma região de densa selva até encontrar os sinuosos caminhos em direção aos Andes.

Por mais de dez horas os 130 viajantes conheceram uma das regiões mais lindas do planeta com imensas cachoeiras despejando suas águas sobre rios caudalosos de leitos pedrogosos. A Estrada de Pucallpa a Lima ainda oferece muitos perigos com trechos em reforma e reconstrução a altitudes elevadas. Pontes avaria-das e a pavimentação de alguns trechos destruídas tornam a viagem lenta e cuidadosa. Mas a paisagem de transição entre a floresta e as montanhas é um espetáculo raro e exótico para os olhos dos peregrinos.

Na primeira parada a comitiva foi recebida pelo presidente regional de Huanuco, Jorge Espinosa, um dos grandes entusiasta da integração.  “Temos um sentimento grandioso de receber os acreanos. Queremos a integração dos povos brasileiros com os peruanos. No dia 11, no encontro dos presidentes do Brasil e do Peru, estaremos escrevendo o mais grandioso dos documentos que na história da América Latina nunca havia produzido. Os povos sul-americanos tem que se unificar e seguir o sonho visionário de Simão Bolivar de unificar todos das Américas do centro e do sul. Não podemos conti-nuar desunidos enquanto os americanos do norte se mantém unidos. As nossas potencialidades e capacidades são muito melhores que a de outras latitudes do mundo. Por isso, a presença dos acreanos aqui nos fortalece. Essa articulaçao que realizamos entre os governos regionais de Huanuco, Ancash e Ucayali está caracterizando uma macro região que poderá somar-se ao Acre. Com isso poderemos abrir possibilidades preciosas para as novas gerações de uma sociedade  mais justa. E nesse rumo conseguiremos unir o Pacífico com o Atlântico com brasileiros e peruanos juntos”, salientou Espinosa.


A estrada na pauta do encontro presidencial
Com o avanço, a Comitiva tem recebido adesões importantes como do presidente regional de Ucayalli, Jorge Velasques que saudou os acreanos. “Depois de passarmos por inumeráveis montanhas para chegarmos a Huanuco pudemos ter uma noção da riqueza do Peru. O que se vê em Ucayalli e Huanuco são diferentes climas e costumes. E nessa diversidade está  a nossa força. Também passaremos, amanhã, pelos picos mais altos do Peru a caminho de Lima. O que queremos é nos integrar colocando na agenda dos presidentes Lula e Alan Garcia que a Transoceânica, que vai por Madre de Dios, está bem, que são 2500 Km de Lima até Rio Branco. Mas está melhor ainda a construção de uma estrada que atravesse o centro do Peru para chegar ao Acre pela região do Juruá com apenas 1000 Km. Isso é desenvolvimento que poderá melhorar as condições de vida de várias populações. Considero que os presidentes irão atender a esse clamor porque precisamos desenvolver as nossas potencialidades e teremos próximo o Oceano Pacífico e a região mais rica do Peru que é Ancash. Aqui poderemos transportar para o Acre fertilizantes capazes de baixar a acides dos solos amazônicos para aumentar a sua produtividade agrícola. Além da produção de metais como o estanho, o ferro e, o mar que poderá abastecer o Acre com uma variedade de alimentos saudáveis. Só dependemos agora de decisões plíticas de quem ocupa os cargos mais importantes do Brasil e do Peru que são os presidentes Alan Garcia e Luiz Inácio Lula da Silva”, destacou.

Também o vice-governador César Messias (PP) se empolgou ao falar da possibilidade de construir uma nova estrada transoceânica a partir do Juruá. “Os nossos empresários sonham em fazer negócios entre eles, assim como as empresas de turismo e, os políticos estão determinados a realizar as tarefas que consolidem a integração. Assim rea-lizaremos o sonho do povo do Juruá de muitas décadas para que as fronteiras se abram definitivamente. Em dezembro, já acontecerão alguns vôos para aabstecer a nossa região. Mas poderemos também sonhar com uma estrada que possa ligar definitivamente o Acre através do Juruá com Ucayalli, Huanuco e Ancash para chegarmos ao Pacífico”, afirmou.

Para o chefe da comitiva, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), o ano que termina avançou muito a questão da integração entre o Acre e o Peru. “Nós estivemos durante muito tempo distantes e de costas uns para os outros. Só recentemente que o Acre começou a se descobrir o vizinho Peru. Antes nós só olhavamos para São Paulo e o Centro-Sul brasileiro. E nós estavamos aqui do lado do Peru com um povo que tem uma cultura milenar e tem muito a nos oferecer e a nos ensinar. Priorizavamos apenas a região de Cusco. Agora, nesse ano já estamos num terceiro grande encontro através de Pucallpa. Nós acreditamos na possibilidade da integração via terrestre pela estrada Pucallpa-Cruzeiro do Sul. Apenas 200 Km nos separa e assim chegaremos por outra rota ao Pacífico. Com a BR-364 pronta poderemos pensar que se o presidente Lula investiu na sua construção quase um milhão de reais não é possível que não queira colocar cerca de R$ 200 milhões para nos integrarmos definitivamente com o Pacifíco. Esse é o nosso compromisso e a nossa vontade uma grande possibilidade. É preciso que a sociedade descubra e seja ganha para a causa e é por isso que trouxemos 130 representantes de diversos setores. É a primeira vez na história que essa região recebe uma comitiva desse porte. Nós estamos fazendo história e só vamos terminar de escrevê-la quando estivermos em definitivo interligados”, finalizou.          

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