Como bem assinalou a matéria publicada ontem neste jornal tornou-se insustentável a situação vivida pelos índios Jaminawa, Kulina e Kaxinawa em Sena Madureira. Não só insustentável, mas cruel.
Como também se observou, não é a primeira vez que a denúncia vem a público. Mesmo assim, os índios continuam vivendo de esmolas, se viciando em álcool e drogas, se prostituindo. Nos últimos tempos, envolvendo-se em brigas e assassinatos.
Em meio a tanta miséria, o que chama atenção é que nenhum órgão público toma qualquer iniciativa para analisar a situação e tomar as medidas para resolvê-la. Ao contrário, prefeitura, polícia, a Justiça todos se escusam em tratar da questão, que se tornou incômoda para todos.
Até mesmo a Funai, que seria a responsável, juridicamente, lavou as mãos, alegando que não tem recursos e pessoal, que os problemas de saúde não são de sua atribuição e por aí vão as desculpas. Não é à-toa que o vigário de Sena, padre Paolino Baldassari, com justa indignação, passou a classificar o órgão como a “Funerária dos Índios”.
Evidentemente que a situação não pode continuar e agravar-se. Alguém, algum órgão, o Ministério Público Federal precisa cobrar responsabilidades.