O número dos casos de dengue fechou o ano passado com altas em Rio Branco. Em novembro de 2009, as notificações da doença nas unidades e postos de saúde eram em torno de 100 casos por semana na cidade. Um mês depois, em dezembro, esse registro dobrou para 200 notificações semanais (aproximadamente 800 por mês), conforme os últimos levantamentos informados pela Vigilância Epidemiológica, setor da Secretaria municipal de Saúde, Semsa, que age diretamente no combate ao vetor.
Se considerado o Índice Rápido de Infestação de 3,9% na Capital acreana (um dos maiores do país), tal aumento demonstra indícios de que o ano de 2010 pode vir a ser alvo de surtos de dengue tão grandes quanto os de 2009, que registrou um total de quase 18 mil casos notificados em todo o Estado; mais de 5,4 mil só em Rio Branco.
De acordo com Jeosafá César, diretor da Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Rio Branco, essa média de 200 notificações por semana é bastante semelhante com a que foi registrada na virada de 2008 para 09. Contudo, isso não significa que em 2010 a situação da Capital será, iminentemente, a mesma, e sim que este começo de ano é, mais do que nunca, o momento certo para redobrar a atenção contra o vetor da dengue.
“Começamos a identificar o crescimento que levou ao surto do ano passado em dezembro de 08. Fizemos de tudo para contê-la, mas a epidemia só ganhou proporções maiores até fevereiro, quando conseguimos controlá-la.
A nossa conjuntura atual é bem parecida. Analisando friamente, a nível epidemiológico, há chances reais de termos uma nova epidemia para 2010, já que temos alto índice de infestação, situa-ção extremamente favorável à proliferação do mosquito e uma média de 40% das nossas casas visitadas contendo criadouros do vetor. Porém, é justamente diante desta situação preocupante que devemos agir e não cruzar os braços e esperar pelo pior”, destacou Jeosafá.
Prefeitura segue alta de perto e ressalta o papel da população neste combate
Mais do que qualquer outra instituição, a Vigilância Epidemiológica de Rio Branco acompanha atentamente a todos os caminhos que a dengue trilha na cidade. Assim, a prefeitura projeta as suas ações às estratégias certas de combate à doença, com um plano básico de gestão contendo 10 diretrizes para o controle do vetor. Contudo, na atual situação apenas o esforço do poder público é insuficiente para conter a ameaça de epidemia que ronda a Capital em 2010. Ciente disso, a administração municipal tenta engajar ao máximo toda a população no combate à doen-ça, mostrando a cada cidadão o seu papel nesta ‘luta’.
Segundo Jeosafá Cesar, neste momento a Semsa prioriza as 2 táticas mais efetivas de envolvimento popular e controle da população do Aedes aegyptis. A primeira delas corresponde à prevenção e envolve as visitas dos agentes aos bairros, mutirões de alerta, o aumento do aparato publicitária e as campanhas de educação pela cidade. A segunda diz respeito às ações de combate direto ao vetor e compreende a melhora no serviço de limpeza (Semsur), varreduras de entulhos dos bairros com incidência, destruição de criadouros, etc.
“Estamos tentando mobilizar as pessoas e, ao mesmo tempo, atuar com atos eficazes no combate ao vetor. Com isso, esperamos diminuir as notificações ou pelo menos fazer com que elas não continuem crescendo. Porém, é de vital importância que a população nos ajude neste trabalho. As chances para uma epidemia são grandes, mas podemos evitá-la. E o único jeito de fazermos isso é unidos; todos de mãos dadas. Portanto, não dê chances ao mosquito se desenvolver na sua casa; mantenha-a sempre limpa e, ao sinal de qualquer sintoma, não se auto-medique, procure logo o nosso atendimento na UPA do Tucumã e do 2º Distrito, ou mesmo nas outras unidades de saúde”, apelou o diretor de endemias. (T.M.)