No ano que está começando, a indústria brasileira como um todo deverá ter expansão em torno de 5%, acompanhando as previsões relativas à evolução do PIB. Confirmada ao final do exercício, tal performance consolidará a recuperação do setor na seqüência da turbulência mundial, que ainda tem impactos negativos em numerosos países. Se essas perspectivas nacionais já são bastante positivas, o cenário da economia do Acre é ainda mais animador.
As projeções indicam que o PIB estadual deverá crescer 10%. A indústria será o carro-chefe, com expansão prevista de 15%. Dois segmentos, em particular, deverão incluir-se entre os principais responsáveis por esse cenário animador. A construção civil, com maior destaque, e também a indústria florestal madeireira, cuja produção sustentada e ecologicamente correta vem-se constituindo em exemplo para todo o Brasil.
No ano passado, a indústria acreana já havia demonstrado que soube responder, com muito trabalho e capacidade de superação, aos desafios impostos pela crise mundial: o PIB estadual cresceu 8,6%, enquanto o nosso setor deu um salto de 13,5%. A construção civil teve significativa participação nesse resultado. O segmento, num reflexo de seu atual dinamismo, criou 10 mil empregos, com aumento de 19,97% da mão-de-obra empregada. Quanto à indústria de transformação, três segmentos (alimentício, cerâmico e moveleiro) foram os principais responsáveis pelo seu crescimento de 7,2% até outubro último e aumento anual de 6,03% no número de postos de trabalho, em relação a 2009.
Esses números evidenciam a importância decisiva da indústria para a saúde econômica de uma nação, não apenas em decorrência de seu impacto expressivo no PIB, mas também devido à geração intensiva de empregos, aporte tecnológico e produção de bens de elevado valor agregado. Assim, seria muito importante que, em 2010, independentemente das eleições presidenciais, para os governos e deputados estaduais, Senado e Câmara Federal, fossem aprovadas algumas reformas que ainda prejudicam o setor manufatureiro, em especial a tributária e a trabalhista.
Mais do que nunca, é muito importante reduzir os custos da produção no Brasil. Esse avanço ampliaria ainda mais a competitividade do setor, que tem feito por merecer esse aprimoramento do arcabouço legal. Por isso, a Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), simultaneamente ao grande empenho que tem feito no sentido de contribuir para que a atividade desenvolva-se e se fortaleça de modo contínuo, continuará, em 2010, participando do esforço cívico nacional, ao lado de numerosas entidades de classe, na defesa de uma legislação mais favorável a quem produz e trabalha!
*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac ([email protected]).