Um plano de morte estaria sendo arquitetado contra o juiz Gustavo Sirena e a promotora de Justiça, Joana D’ Arc Dias, ambos do Tribunal do Júri Popular de Rio Branco. A trama veio à tona através carta encaminhada ao magistrado por um representante dos Direitos Humanos.
O autor das ameaças seria o agricultor Nazareno Mendes Ferreira, 29, condenado na última quinta-feira, 28, a 36 anos de prisão por estupro e assassinato da estudante Brislene da Silva Almeida, crime ocorrido no dia 23 de maio de 2000, na zona rural de Acrelândia.
Durante a sessão de julgamento – que durou onze horas – Nazareno teve a chance de se defender da acusação de ameaça de morte, mas ao ser indagado pelo magistrado sob o episódio, disse que não queria falar sobre o assunto.
Diante da omissão e amparado pelo princípio da garantia da ordem publica, o réu, que respondeu a todo o processo em liberdade, teve a prisão preventiva decretada. Não fosse as ameaças, ele teria permanecido em liberdade enquanto estivesse recorrendo da sentença.
O comparsa de Nazareno no crime, Odair de Oliveira Coelho, também estaria marcado para morrer. A decisão teria sido tomada por Nazareno depois de saber que Odair teria atribuído a ele a trama e autoria do crime contra a estudante.
A promotora Joana D´Arc não quis comentar o caso. Já Gustavo Sirena se viu impossibilitado em prestar qualquer declaração em virtude de audiências na Vara do Tribunal do Júri e de Delitos de Tóxicos e Acidentes de Trânsito, durante toda a manhã de ontem.
Estupro e morte da estudante
De acordo com declarações prestadas por Odair Coelho, no dia 22 de maio de 2000, Nazareno o procurou por volta de 21h30, para que naquela noite ficassem de tocaia em algum ponto da rodovia AC-475 (antiga AC-401), à espera da passagem de Brislene, que costumeiramente, cedo da manhã, fazia aquele percurso em direção à Escola Estadual Pedro de Castro Meirelles, situada em Acrelândia.
A tocaia tinha como objetivo constranger a garota, mediante força e ameaça, a manter relações sexuais com os acusados. Planejaram ainda que após saciarem seus desejos sexuais iriam executar a estudante, utilizando uma faca que Nazareno já trazia consigo.
Consta ainda nos autos que durante a tocaia Odair e Nazareno consumiram bebida alcoólica e fumaram maconha. O plano teria sido executado conforme o planejado e a jovem, após ser violentada pela dupla foi executada com um corte profundo na garganta.
Odair confessou também que, não satisfeitos, eles praticaram sexo anal com a vítima já sem vida. O crime gerou grande revolta na comunidade local, o que fez com que o juiz da Comarca de Acrelândia pedisse que os acusados fossem julgados na Capital.