As obras na Rua Pernambuco transformam o Centro de Rio Branco. O Departamento de Estradas de Rodagem, Hidro-vias e Infraestrutura Aeroportuária (Deracre) informa que 75% dos serviços já estão prontos e a rua será entregue à população em dois meses. Em alguns pontos, a via teve sua largura duplicada, passando de 10 ou 11 metros para 18,5 metros. Soma-se a isso calçada nas duas laterais e ciclovia de dois metros.
A atual etapa é de continuidade da remoção do material saturado e aplicação da pedra rachão, mesmo sistema que foi na 3ª fase da Nova Avenida Cea-rá, preparando o solo para o asfaltamento. O sistema é denominado de ´macadame seco´, que não utiliza a piçarra mas fragmentos de rocha. “Com a pedra, faz-se a elevação da base em 40 centímetros para aplicação dos materiais de asfalto”, explicou Marcos Vinicius Oliveira, fiscal da obra.
A drenagem, que era pelo sistema de ‘cambota’, usava tijolo mas a rua agora conta com bueira de concreto. A Rua Pernambuco possuía traços marcantes dos velhos tempos de Rio Branco. Tratava-se uma via estreita, sem calçadas e complicada para o trânsito, especialmente quando se tratava de crianças e pessoas deficientes. Na região da Escola Neutel Maia, por exemplo, havia apenas cerca de trinta centímetros de calçada. As crianças disputavam espaço com os carros.
Mesmo com a dificuldade imposta pelas chuvas desde o ano passado, as obras seguem em ritmo adequado. Mas ela é complexa. Um prédio chegou a ser completamente demolido e de acordo com a Divisão de Vias Urbanas do Deracre, o imóvel removido se encontrava na parte mais confinada da rua, na qual existiam dois limitadores: a quadra da escola Neutel Maia e as duas mangueiras centenárias. A demolição completa foi necessária para garantir a preservação desses dois limitadores.
Antigas mangueiras são mantidas
As duas mangueiras que há décadas estão naquele local, na região próxima ao cruzamento com a avenida Nações Unidas, compõem o canteiro central da Pernambuco. Duas faixas de rolamento também fazem parte do projeto de urbanização. As intervenções imobiliárias geram gastos de mais de R$ 1,5 milhão.
Atualmente, quase a totalidade dos imóveis ao longo da rua passaram por intervenção. Em alguns casos, edificações de madeira foram substituídas por outras de alvenaria como compensação pelo alargamento da via.
“Aqui era ruim de andar mas já está melhorando tudo”
O pedreiro Jayson Ferreira da Silva é um dos 80 trabalhadores envolvidos na urbanização da Rua Pernambuco e conheceu bem as dificuldades de se transitar por aquela via. Jayson possui motocicleta e avalia como importante o trabalho que vem sendo executado: “já está melhorando tudo”, diz ele, que estava desempregado e conseguiu trabalho na obra. “Aqui era muito ruim de andar, o trânsito era complicado mas esse serviço está mudando isso”, afirmou, declarando-se duplamente satisfeito com a obra, que traz bem-estar para todos os moradores de Rio Branco e o emprego de carteira assinada.
Urbanização com geração de trabalho e renda
A obra na Pernambuco tem 670 metros, ocupa mão-de-obra de 80 homens, incluindo o corpo técnico e engenheiros da construtora Adim, executora do projeto. Nessa via, importante para ligar a Ceará a outra avenida estruturante, a Nações Unidas, o Governo do Estado investe R$ 3.281.231,33. A Pernambuco é cortada pelo Parque da Maternidade, cujo anel facilitou grandemente o fluxo de veículos naquela região, além de proporcionar elevada melhoria na qualidade de vida dos moradores de toda a Capital.
“É uma sensação boa estar trabalhando aqui porque a gente vê que a cidade está melhorando”, disse José Adriel da Costa Batista, que há um mês conseguiu vaga de servente de pedreiro na obra após passar quase um mês procurando emprego. Adriel mudou-se recentemente de Cruzeiro do Sul para Rio Branco.
Acessibilidade para pedestres, crianças e portadores de necessidades especiais
As obras já mudaram realidades difíceis que expunham a precariedade da Rua Pernambuco e a necessidade de imediata intervenção. Na região da Escola Neutel Maia, por exemplo, a vida era muito complicada para os pedestres, especialmente as crianças e portadores de necessidades especiais. A volta às aulas em 2010 será muito melhor para a comunidade escolar e para os trabalhadores que de automóvel, a pé ou de bicicleta, utilizam a via. (Agência Acre)