A procura de pais e alunos por vagas na rede pública estadual de ensino para o ano letivo de 2010 reflete uma certa melhora na qualidade da Educação no Acre. Enquanto que sobram vagas para o turno da noite, as oferecidas para as aulas matinais já estão praticamente preenchidas, criando até uma pequena defasagem. “Esse torna-se até um problema bom”, diz Josenir Calixto, diretor de ensino da SEE (Secretaria Estadual de Educação).
Para ele, a alta procura pelo turno vespertino reflete que “o sistema escolar está tendo sucesso”. Segundo ele, antes os estudantes acreanos chegavam a concluir o ensino fundamental fora da idade padrão; a conclusão ocorria aos 16 ou 17 anos. “Agora eles finalizam com 13 ou 14 anos, o que mostra que conseguimos reduzir a distorção idade/série e a reprovação nas salas de aula”, analisa ele.
As crianças, completa, estão chegando mais cedo às escolas como também concluindo os estudos. A média de idade dos que encerram o ensino médio, atualmente, é de 16 anos. A demanda maior por completar os estudos durante o dia também reflete uma melhora nas condições econômicas das famílias mais pobres. Para ajudar na renda, muitos alunos tinham que estudar à noite e trabalhar durante o dia; quando não, havia a desistência total.
Outra procura menor dentro do sistema público de ensino é por métodos de alfabetização ou conclusão dos estudos, como o EJA (Educação para Jovens e Adultos). A cada ano diminui o número de pessoas matriculadas nesses programas. Essa diminuição é observada desde 2000. Ano passado, por exemplo, pouco mais de 20 mil pessoas fizeram a matrícula no EJA. Para esse ano, a previsão é de 18 mil.
“Mesmo com os bons resultados não podemos relaxar. Vamos incentivar as pessoas a completarem seus estudos, e quem não sabe ler nem escrever possa se alfabetizar. Ainda temos um contingente muito grande de analfabetos”, reconhece Calixto. Essa conclusão da escolarização pelos pais reflete na melhoria direta do rendimento escolar dos filhos.
Outra aposta da SEE para melhorar a qualidade do ensino na rede pública de ensino é a qualificação dos professores. A primeira fase desse trabalho é a formação superior de todos os docentes do Estado, e a qualificação permanente dos que já são graduados.
“A qualidade é um desafio permanente. Fazer com que todos os alunos aprendam as capacidades necessárias para as séries que eles estudam. Não podemos mais admitir que um aluno saia da quarta série sem aprender aquilo que é da quarta série”, pondera o diretor.