Os 125 vigilantes da Vigher foram ontem de manhã, às 10h, à frente do fórum trabalhista da 14ª regional, ao lado do Fórum Barão do Rio Branco, para fazer mais um manifesto pedindo agilidade na Justiça do Trabalho para as ações impetradas contra a empresa de segurança privada. Apesar do ‘apitaço’ chamativo, nenhum representante do órgão atendeu aos seguranças para dar qualquer tipo de posicionamento sobre a falta de saudação de acordos e contratos empregatí-cios da parte da Vigher.
Já são mais de 35 dias de greve e até agora os trabalhadores não receberam nada em relação aos 5 pontos de reivindicações (direitos trabalhistas não cumpridos); nem sequer uma posição. São 3 meses de salários completos atrasados, 4 meses de ticket alimentação não pagos, cursos de capacitação obrigatórios vencidos há anos, rescisões contratuais e férias não remuneradas. A promessa de que os pagamentos começariam a ser efetuados a partir do dia 20 deste mês, feita pelo representante da firma, o assessor administrativo José Rodrigues, no dia 12, também não foi cumprida.
De acordo com Arnaldo Matos, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Acre (Sindeesytac), a situação dos 125 seguranças já é mais do que crítica, pois não recebem nada há três meses. Em outras palavras, são mais de 100 famílias que estão sem uma de suas mais importantes fontes de renda e passam por fortes apertos para se manter.
“Diante deste quadro, temos que continuar reivindicando pelos direitos dos vigilantes. Sabemos que a Justiça caminha ao seu próprio ritmo, contudo, com as coisas como estão, é preciso pedir mais pressa para resolver este impasse e que tais autoridades tenham a sensibilidade para enxergar o quanto isso tem sido difícil para a vida dos trabalhadores. Afinal, quanto mais se busca, mais se é feito. Além disso, essa é uma luta que já se estende há mais de 5 anos e agora o que queremos é que tudo se resolva de uma vez por todas. Só assim acabará a greve e os protestos. Queremos saber se a firma vai cumprir com suas obrigações ou se vai sair do mercado mesmo”, declarou.
Conforme o presidente do Sindeesytac, caso a Vigher viesse a falir, os salários atrasados dos vigilantes e os outros benefícios não remunerados seriam judicialmente de responsabilidade dos contratantes da empresa.
Mais integrantes para a greve
Para acentuar a gravidade do desacordo da Vigher, o presidente Arnaldo Matos contou que até os vigilantes novatos, ou seja, aqueles que estavam sendo contratados ilegalmente para servir a Vigher enquanto os titulares estão parados, estão entrando no movimento grevista por falta de pagamento. “O descaso é tão grande que até eles estão sem receber, sendo destratados e por isso também estão entrando na greve. E isso é só mais uma prova de como a Vigher trata seus agentes. Assim, essa é uma empresa que eu acho que não deveria permanecer ativa”, comentou.