Os 125 vigilantes da agência Vigher de segurança privada foram na manhã de ontem, às 8h30, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para pedir que o órgão tome alguma providência mais enérgica em relação aos descumprimentos trabalhistas da firma. Os trabalhadores ficaram revoltados com as explicações do assessor da empresa de que o salário deles está sendo usado para quitar as despesas de Rondônia. O procurador do Trabalho do MPT/AC, Everson Rossi, garantiu aos vigilantes que o caso está sendo acompanhado de perto e que o órgão está fazendo de tudo o que pode ser feito pelas Leis Trabalhistas para punir a Vigher.
De acordo com Everson Rossi, o MPT/AC vem cobrando satisfações da Vigher há mais de 2 anos. Inclusive, já impetrou uma Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa, mas que não foi cumprida, o que gerou a ela uma multa já acumulada em torno de R$ 700 mil. O procurador também disse que ajuizará outra ação por atitudes anti-sindicais, já que a empresa não cumpriu com as condições previstas em caso de greve ao contratar vigilantes para substituir os que estão parados.
“Temos detalhado todo este processo contra a Vigher. Ele até já é bem extenso, com 7 volumes. Agora, temos esta ACP não cumprida pelo não pagamento dos salários e estamos com mais ações em andamento por outras irregularidades, mas a Justiça não pode agir de imediato porque a Vigher ainda tem alguns prazos para se readequar. Quando eles se encerrarem, aí sim buscaremos outros caminhos judiciais para fazê-la pagar, como o bloqueio de contas, penhora de bens, etc. Isto é, nós buscamos todos os caminhos possíveis para esta situação”, explicou o procurador.
Conforme Arnaldo Matos, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Acre (Sindeesytac), os vigilantes saíram mais satisfeitos com a posição ativa do MPT/AC e esperam que toda a falta de compromisso da Vigher seja devidamente punida pelo órgão para que os trabalhadores finalmente possam ter seus direitos atendidos. Arnaldo contou que ontem foi o 31º dia de greve na Vigher e que a paralisação não acabará até que os seguranças recebam, de fato, tudo a que têm direito.
“Os vigilantes desta empresa estão há dois meses sem receber, sem 13º salário, com benefícios de férias e de ticket alimentação não pagos e com cursos obrigatórios para a classe vencidos. Além disso, alguns já saíram da empresa e até hoje ainda não receberam a remuneração das rescisões. Isso é um absurdo; um desrespeito total para com estes trabalhadores, que têm família para sustentar. Por isso, a Vigher merece sofrer as penalidades e espero que a Justiça as aplique”, declarou Arnaldo Matos.