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Rio Acre sofre vazante de quase 40centímetros e tranqüiliza a Defesa Civil


Depois da alta repentina do final de janeiro, o nível do Rio Acre começou este mês com uma vazante de 35 cm entre a madrugada de domingo (31) para ontem (1º), baixando de 13,02m (31) para 12,67m (1º) na Capital acreana. Com a baixa, a Cedec/AC (Coordenação Estadual de Defesa Civil) está mais tranqüila em relação às chances de alagação para as famí-lias que ainda moram em áreas de risco, reafirmando as suas previsões iniciais de que neste ano os indícios de o rio transbordar são poucos. Mesmo assim, a Defesa Civil alerta para o fato de que ainda continuará chovendo muito até a 2ª quinzena de março, ou seja, até lá é impossível afirmar que não haverá alagações.

De acordo com o ten-cel. CBM João de Jesus Oliveira, comandante-geral da Cedec/AC, a subida registrada em Rio Branco no final do mês passado, que chegou até a marca de 13,45m no dia 29 (apenas 5 cm da cota de alerta) foi causada pelas fortes chuvas que caíram diretamente nas cabeceiras do rio no Peru.

“O rio de lá tem duas bacias que desaguam uma aqui e a outra no Rio Madeira. Na região perto da tríplice fronteira (Peru, Bolívia e Brasil), choveu demais e isso veio logo para o trecho do Rio Acre daqui e para o Iaco (Sena Madureira). Essa cheia demorou cerca de 5 a 10 dias, mas agora já deu o 1º sinal de vazante e a tendência é de que baixe ainda mais. A nossa expectativa é de que ele se mantenha neste mês entre 11 a 12 metros e em março um pouco acima disso, mas é difícil afirmar que será assim, porque trata-se de um rio que tem uma formação relativamente ainda nova”, detalhou.

Paralelo à alagação, o comandante da Cedec/AC informou que áreas nos bairros Preventório e Cadeia Velha estão com riscos de deslizamento. “Algumas casas destes dois locais estão com a estrutura comprometida e nós orientamos para estas pessoas a deixarem o local, mas infelizmente elas se recusam”, contou. 

Nas outras cidades do Estado, a situação também está dentro da normalidade, segundo o monitoramento realizado pela Defesa Civil estadual. De anteontem para ontem, o rio estava em Cruzeiro do Sul em 8,92 m (manteve o mesmo nível), em Xapuri 7,61m (+ 0,01cm), em Sena Madureira 11,60m (- 40cm), em Brasiléia 5,20m (+ 10cm), em Assis Brasil 4m (manteve o nível). No Riozinho do Rola, principal afluente do Rio Acre, o nível estava em 11,44m (- 37cm).
 
Moradores do Airton Sena estão aliviados com situação
Quem está agradecendo a Deus pela vazante de 35cm do rio são os moradores do bairro Airton Sena e outras áreas de risco. É que com a ameaça de alagação reduzida, os residentes destes locais se livram (por enquanto) do perigo de fazer uma exaustiva mudança e perder bens, contrair doenças, se deparar com animais peçonhentos e/ou ficarem desabrigados. Entretanto, trata-se de um alívio que exige certa precaução, já que o risco de o rio encher novamente rondará a vida destas pessoas até o final de março.

“A gente agora está bem calmo com esta baixa. Eu, pelo menos, estou mais tranqüilo e confiante em Deus de que o rio não atingirá o meu lar. Por isso, foi bom não ter saído quando ele ameaçou no final da semana passada. Mas, de qualquer forma, o pessoal aqui do bairro tem que ficar sempre atento para se voltar a subir, porque parece que quando ele começa de verdade, o que acontece geralmente neste mês, ele sobe de uma vez. E a gente tem que ver isso para tirar as nossas coisas a tempo”, contou Josimar Albuquerque da Silva, morador de um mini-lanche no Airton Sena.

 

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