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Sem superintendência, serviços da PRF no Acre ficam aquém do desejado

O Acre tem mais de 1,6 mil quilômetros de rodovias federais cruzando o Estado de uma ponta a outra, e o interligando a Bolívia e ao Peru. O trabalho de patrulhamento de todo esta malha viária está sob a responsabilidade da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Sem uma superintendência, a ação de fiscalização e repressão aos crimes cometidos nas estradas acaba por ficar muito longe do esperado.

Na fronteira com os dois maiores produtores de cocaína do mundo, o Acre torna-se, através de suas rodovias, uma importante e estratégica rota de entrada da droga para o resto do país. Com poucos homens e equipamentos, a PRF acaba por concentrar sua atuação no Vale do Alto e Baixo Acre. A BR-364 entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul fica totalmente livre para traficantes e outros criminosos praticarem seus delitos.

“A falta de uma superintendência dificulta no sentido de não termos uma logística humana necessária para colocarmos nos espaços vitais”, diz o inspetor Peregrino Silveira, que responde pela PRF no Acre. Além disso, a BR-317 entre Brasiléia e Assis Brasil também é desguarnecida. Nos últimos meses, a pequena cidade, na fronteira com o Peru, tem sido uma das principais portas de entrada dos traficantes.

 
Sem uma estrutura própria necessária, a PRF no Acre fica sem realizar outros serviços que são de sua competência. Assim como nos demais estados de fronteira, as estradas no Acre são usadas para o contrabando, roubo de veículos, tráfico de armas, animais e pessoas. “Aumentar a presença policial na fronteira já é uma forma de inibir a prática destes crimes”, diz a secretária Márcia Regina (Segurança Pública).

De acordo com Regina, o Governo do Estado tem pleitea-do constantemente junto ao Ministério da Justiça para que o Acre passe a ter uma superintendência da Polícia Rodoviária Federal. “Hoje somos o único Estado de fronteira a não ter uma superintendência da PRF”. A secretária diz acreditar que, com a realização da Copa do Mundo em 2014 no país, que tem levado o Governo Federal a investir na segurança pública, enfim a PRF no Acre possa ter sua autonomia administrativa.

Atualmente, antes da tomada de qualquer decisão no âmbito da gestão, a PRF no Estado precisa submetê-la para avaliação pela superintendência em Rondônia. Esta burocracia muitas vezes atrasa a atuação dos patrulheiros. “A demora numa decisão significa nós estarmos perdendo a luta contra a ação criminosa”, pondera a secretária de Segurança.

Governo repassa Posto de Xapuri para PRF
O Governo do Acre, por meio da Secretaria de Segurança Pública, repassou na manhã de ontem o Posto Policial de Xapuri, localizado às margens da BR-317, aos cuidados e operação da Polícia Rodoviária Federal. Com a ajuda, a PRF irá reforçar sua presença nesta rodovia que liga o Acre a Bolívia e ao Peru, e que é um corredor para a prática dos mais distintos delitos comuns nesta região de fronteira. Além disso, a BR-317 será, em breve, uma importante rota comercial do país com os portos peruanos do Pacífico. 

Com um funcionamento de 24 horas, a nova base facilitará a atuação dos patrulheiros naquela região. “Caso tenha uma ocorrência em Brasiléia ou Assis Brasil, por exemplo, o policial não precisará se deslocar de Rio Branco. Teremos uma mobilidade melhor, com economia de tempo, e tempo é algo precioso para as ocorrências policiais”, diz o inspetor Silveira.

Para servir como base, o posto ainda precisa passar por algumas reformas. A primeira delas é a ampliação do pátio para que os patrulheiros possam realizar vistorias em caminhões, ônibus e também veículos de pequeno porte.   

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