O vereador Juracy Nogueira (PP) revelou ontem, 19, que está sendo alvo de ameaças de morte por parte do menor que assumiu os disparos que mataram o irmão dele, o policial militar Jussivan Teles Nogueira, 33, no dia 1º de setembro do ano passado. Além de registrar queixa na polícia, o parlamentar vai comunicar o fato à juíza Denise Castelo Bonfim, titular da 2ª Vara Criminal de Rio Branco, onde tramita o processo de latrocínio contra o PM.
De acordo com o vereador, as ameaças teriam começado após a negação de pedido de habeas corpus em favor de dois outros acusados de participar do crime. O menor teria dito a familiares que isso só teria acontecido em decorrência da influência do parlamentar, e que iria matá-lo tão logo cumprisse os três anos de internação compulsória em instituição sócio-educativa.
“Uma amiga minha que estava no dia da votação do HC ouviu os familiares conversando sobre as ameaças e me informou”, disse Juracyr, acrescentando que na semana anterior ao Carnaval ele foi seguido por um carro, cujos ocupantes eram desconhecidos e gritaram em tom de ameaça para ele tomar cuidado”.
O vereador denuncia ainda que um outro irmão do menor – que também teria participado do assassinato de Jussivan – continua solto. “Do jeito que anda a impunidade não sei o que pode acontecer. Meu irmão morreu e ainda tem gente que participou do crime e está em liberdade. Agora fiquei sabendo que eles também querem me matar”, declara.
Decidido a colocar os assassinos do irmão na cadeia, Juracyr Nogueira tem atuado como informante da Justiça no processo que apura o caso. Em depoimentos prestados em juí-zo ele já forneceu informações importantes acerca do crime.
“Muitas pessoas me procuraram trazendo informações a respeito do caso. Elas não querem aparecer temendo por represália. Decidi então levar tudo que sei até a Justiça. Se não posso ir como testemunha, porque sou irmão da vítima, vou como informante do juízo”, declarou.
CASO JUSSIVAN: Segundo a denúncia oferecida pelo MPE, o policial militar Jussivan Teles Nogueira, foi rendido por volta das 21h35, no interior da própria casa, localizada na Rua São Vicente, nº 56, bairro Mauri Sérgio, no dia 1º de setembro do ano passado.
A defesa da vítima foi impossibilidade, haja vista que pernas e braços foram amarrados, numa típica cena de execução. Após ser assassinado com dois tiros de pistola na cabeça, os acusados deixaram o local numa motocicleta, levando junto pertences e objetos pessoais da vítima.