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Maconha, não

A apreensão policial de mais de 200 quilos de maconha na Reserva Chico Mendes remete à uma questão que se vem levantando há anos: a destinação que se está dando àquela área de mais de 1 milhão de hectares, criada há 20 anos para conservação e exploração racional em favor dos seringueiros e pequenos produtores. Para a plantação de maconha é que não é.

Como se recorda, a criação da reserva se deu logo após à morte de Chico Mendes por pressão dos movimentos sociais para a conservação da floresta e exploração de seus recursos e como tal deveria ser ocupada.

O que se tem observado, entretanto, é que pouco ou nada foi feito até agora para cumprir essa finalidade. Se até se compreende que, com a invia-bilidade econômica do extrativismo tradicional, os seringueiros e pequenos produtores diversifiquem suas atividades com a agricultura e a pecuária, o que não se pode aceitar é que ali se desenvolvam atividades predatórias e até ilícitas, como se acaba de descobrir. Chega a ser uma afronta à memória e aos ideais do líder seringueiro.

Na verdade, o que estão faltando são planos, projetos de conservação e exploração dos recursos naturais, conseqüência da omissão dos órgãos públicos encarregados do setor.

 

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