Durante entrevista coletiva pela Rádio Difusora, ontem, o governador Binho Marques (PT) e o ex-governador Jorge Viana (PT) falaram do interesse internacional pelo modelo econômico florestal acreano. Os dois políticos, depois de fazerem palestras para professores, pesquisadores e alunos da Universidade mais importante dos Estados Unidos visitaram a escola de Governo John Kennedy e a escola de Negócios de Harvard.
Binho destacou o interesse do caso do Acre pelos pesquisadores. “Há um interesse impressionante sobre o Acre em todas as partes do mundo, sobretudo, nos grandes centros de estudo. Eu e o Jorge fomos convidados pela Universidade de Harvard exatamente por isso. Existem vários professores e pesquisadores que acham que o caso do Acre é muito interessante. Como conseguimos fazer tanto em tão pouco tempo e com recursos tão escassos.
Apesar dos problemas que herdamos quando recebemos o Governo nós conseguimos nesse período ter avanços impressionantes para qualquer pesquisador. O Jorge Viana falou muito sobre a construção desse projeto junto com a sociedade e eu falei sobre os avanços do Governo nesse período de 12 anos”, destacou.
Apesar de se tratar de um evento acadêmico, o governador, salientou que foi procurado por investidores. “Quando participamos de eventos como esse temos a participação não só de acadêmicos, mas também de investidores. Nós fomos procurados por investidores interessados na fábrica de preservativo. Tivemos pes-soas interessadas em economia. São investidores que querem atender um público consumidor exigente que querem produtos que não causem danos a natureza. A nossa floresta é um ativo, uma fonte de riqueza e não como se via no passado em que era considerada um lugar de atraso”, explicou.
Para Binho, a questão das mudanças climáticas do planeta valorizam a economia de baixo carbono. “O que chama atenção é que a floresta emite 15% de gases do efeito estufa no planeta. Todos os interessados em resolver a questão do aquecimento global têm as suas atenções voltadas para a floresta. O Acre já está resolvendo esse problema. Nos outros estados vizinhos do Amazonas, Rondônia e o Amapá eles estão com projetos. No nosso caso já estamos executando e com resultados. Isso chama atenção. A possibilidade de se ter um resultado em pouco tempo vale ouro. Estamos diante de uma situação que o clima do planeta pode aumentar dois graus em pouco tempo causando um desastre jamais visto. Alguns lugares vão simplesmente desaparecer do mapa. O Acre executa com êxito esses projetos”, destacou.
Aperfeiçoamento técnico
Jorge Viana destacou a importância do aperfeiçoamento técnico para a implementação completa do projeto florestal. “Nós visitamos a Escola de Governo John Kennedy que estuda casos do mundo inteiro para aperfeiçoarmos os modos de gestão e a Escola de Negócios de Harvard. Nós conseguimos nos diferenciar dos lugares comuns que outros estados da Amazônia vivem. O Acre, a partir dos movimentos sociais e da valorização dos povos da floresta, conseguiu chamar a atenção do mundo inteiro. Só tem uma maneira de levar o Acre para frente: é aplicar bem aquilo que já foi investido. A gente tem que melhorar ainda mais a capacidade técnica do Governo e dos nossos gestores e Harvard é um centro importante para isso”, disse Jorge.
O ex-governador também falou que o modelo florestal deverá beneficiar toda a so-ciedade acreana. “O nosso modelo não é para melhorar apenas a vida de quem vive na floresta, mas também para as pessoas que vivem na cidade que devem se beneficiar dessa riqueza que Deus plantou para nós que é a nossa bio-diversidade. Nesse momento, o nosso modelo começa a influenciar outras regiões amazônicas do Peru e da Bolívia. Nós temos que apostar fortemente na conquista dos espaços políticos e na formação de pessoas para concluir a implementação desse projeto. A nossa preocupação é com a nossa juventude e os nossos técnicos sejam das áreas rurais ou florestais para que a gente possa fazer uma política pública desse novo modelo de desenvolvimento sustentável que melhore a vida da população e crie uma economia competitiva que possa servir de referência para outros estados do Brasil”, finalizou.