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Rodrigo Pinto percorre comunidades do Alto Juruá

Visitar e ouvir os diversos setores da sociedade acreana para conhecer seus problemas e saber de suas necessidades, prioridades e reivindicações. Com este objetivo, o vereador de Rio Branco e pré-candidato ao Governo do Estado, Rodrigo Pinto (PMDB), viveu três dias de aventura e emoção e conheceu a verdadeira realidade de parte dos povos da floresta, os moradores de comunidades ribeirinhas de Porto Walter, no Alto Rio Juruá.
De sexta-feira, 12, a domingo, 14, Rodrigo Pinto percorreu cerca de 10 comunidades do Alto Juruá e afluentes, pertencentes ao município de Porto Walter. A viagem foi a convite da deputada estadual Antônia Sales (PMDB), que conhece e visita a região regularmente. Teve, ainda, a participação do vereador de Porto Walter, Arnoldo Almeida (PMDB).

Viajando mais de 15 horas de voadeira e barcos, subindo barrancos, empurrando botes encalhados em bancos de areia, pedras e troncos de árvores, enfrentando lama, sol, chuva, picadas de insetos (como piuns e carapanãs), Rodrigo Pinto diz que vivenciou apenas uma parte do sofrimento que os moradores do Alto Juruá enfrentam em seu dia-a-dia.

Conversando com os ribeirinhos de áreas longínquas e isoladas e ouvindo seus relatos, durante reuniões, o pré-candidato afirma que ampliou a noção da verdadeira realidade vivida por parte dos povos da floresta.

“Na verdade, é um choque de realidade. A gente sabe que é uma vida sofrida, cheia de dificuldades. Só vivenciando mesmo e conversando com as pessoas para se ter uma noção”, disse o pré-candidato.

Rodrigo Pinto afirmou que tudo que viu e vivenciou e as informações que obteve dos ribeirinhos, seringueiros e agricultores, servirão para nortear a proposta de plano de governo que será discutida com toda a sociedade. No domingo (21), o PMDB realiza um seminário, em Cruzeiro do Sul (672 quilômetros da Capital), com a participação de representantes dos municípios do Vale do Juruá, para discutir as propostas. Em 17 de abril, o seminário acontecerá em Brasiléia (220 quilômetros de Rio Branco), com os representantes dos demais municípios acreanos.

Saúde, educação e transporte são as principais reivindicações

Em todas as 10 comunidades visitadas, as principais reclamações e reivindicações ouvidas por Rodrigo Pinto, Antônia Sales e o vereador Arnoldo Almeida se referiam à saúde, à educação e ao transporte. Os ribeirinhos afirmam que não há postos de saúde nas comunidades, que raramente um médico visita suas localidades e que, quando acontece, falta qualidade no atendimento e até os medicamentos necessários.

Na maioria das vezes, quando adoecem, os ribeirinhos precisam viajar por horas, em barcos e canoas, sob sol e chuva, para chegar a Porto Walter. E em muitos casos, o único médico do município, um clínico geral, não consegue tratar o problema. A solução é viajar durante todo um dia, pagando passagem em batelões (espécie de barcos), para conseguir um atendimento melhor em Cruzeiro do Sul. Nos casos mais graves, se a prefeitura não fretar um avião até Cruzeiro do Sul e o paciente não tiver condições para fazê-lo, corre o risco de morrer durante a viagem, como já aconteceu.

“Meu filho mais velho tinha oito anos quando teve tétano. Fomos até Porto Walter, mas o médico estava numa festa de aniversário e não atendeu a gente. Pegamos um barco para Cruzeiro do Sul, mas com poucos minutos que saímos, meu filho morreu sem atendimento. Voltamos para enterrar ele aqui”, conta o agricultor Adalberto da Silva Lima, 43, morador da comunidade Vitória.

Além da falta de assistência em saúde, os ribeirinhos reclamam que não há apoio do poder público para o escoamento da produção. Eles são obrigados a pagar o transporte nos barcos conhecido como recreio ou trocar ou vender seus produtos, avaliados abaixo do preço de mercado, com os “regatões” (comerciantes que viajam pelos rios). Os ribeirinhos nem chegam a cogitar a falta de incentivo à produção, que é citada apenas quando são indagados. “Aqui não tem isso não. A gente que se vire para plantar”, disse Adalberto.

Em algumas comunidades, apesar de haver escolas, falta professor. Em outras, os moradores afirmam que a qualidade do ensino é ruim. “Tem uma escola aqui perto, mas não tem quem ensine, não tem professor, e as crianças ficam sem aula”, afirmou o ribeirinho Francisco Pereira de Souza, 73, o “Chicão”, morador da comunidade Foz do Rio das Minas.

Encontros marcados pela emoção
As visitas de Rodrigo Pinto, Antônia Sales e o vereador Arnoldo Almeida às comunidades de Porto Walter, no Alto Rio Juruá, foram recheadas de encontros emocionantes. Muitos ribeirinhos lembraram, com emoção, do governador Edmundo Pinto, pai de Rodrigo, que foi assassinado em maio de 1992, com um ano e dois meses de mandato.

“Nunca imaginei que fosse ver aqui na minha casa o filho do meu governador Edmundo Pinto. Espero que você alcance seu objetivo e que continue na luta para fazer o trabalho que o seu pai começou”, disse, emocionando o agricultor “Chicão”, da comunidade Foz do Rio das Minas.

A maioria dos ribeirinhos visitados também se emocionou com a visita de Antônia Sales, o que acontece anualmente. Muitos a tem como comadre (madrinha de seus filhos) e a tratam como amiga e pessoa da família. Em alguns casos, o encontro foi mais emocionante, já que fez reviver importantes histórias de sua vida.

 No Rio das Minas, localizado à margem direita do Rio Juruá, que nasce no Peru e a horas de barco da sede de Porto Walter, os encontros foram marcados pela emoção. “Foi por aqui que vim do Peru para o Brasil, há 32 anos, caminhando com o meu pai, pela mata e pela margem do rio. Todo esse povo conhecia o meu pai, que amava o Brasil e os brasileiros. E apesar de sempre visitar esta região, aqui no Rio das Minas é a primeira vez que venho depois desses 32 anos. É muita emoção”, disse a deputada.

Dentre os encontros marcantes vivido pela parlamentar peemedebista no Rio das Minas, dois em especial. Com o agricultor Amarízio Ferreira Barreto, 63, que vive na localidade desde que nasceu, onde também sua família está há quatro gerações (o avô, o pai, ele e os filhos). Também o encontro com a professora Telma Ferreira Barreto, 56, moradora da localidade. “A deputada Antônia Sales é nossa amiga, conhecida e representante há vários anos e é uma honra recebê-la aqui na nossa casa”, disse a professora. (Assessoria do PMDB)

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