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Oposição critica viagem de empresários acreanos à China

Os 75 empresários e políticos acreanos que viajaram à China foram alvos de críticas, ontem, na Aleac. A deputada oposicionista Idalina Onofre (PPS) puxou o coro dos descontentes com a viagem. “Acho que foram passear e gastar o dinheiro do povo acreano assim como foram ao Canadá apresentar o nosso modelo de Saúde. Nós não temos nada a oferecer à China, que também não tem o que nos oferecer. Nós sabemos que o nosso desenvolvimento tem que começar dentro do Estado. Não produzimos nem cebola porque não temos suporte do Governo para a agricultura”, afirmou.
Questionada sobre as exportações de madeira e óleos vegetais que já acontecem, a parlamentar contestou. “Tenho conhecimento de que há exportação de madeira para China, mas via São Paulo e em pequena escala. Não dá para arrotar caviar comendo sardinha como estão fazendo. Nossa ligação mais urgente é com o Peru conforme o projeto da Aleac. Primeiro nós temos que chegar ao nosso vizinho para termos acesso aos portos do Pacífico e levar com maior facilidade os nossos produtos à China. Mas nós não chegamos nem ao Peru ainda e estão querendo levar meia dúzia de litros de óleo vegetal que o pequeno produtor não pode tirar por causa das leis ambientais. Até as cascas de produtos homeopáticos resultam em prisão”, protestou.

Governistas reagem às críticas
O líder do PT, deputado Ney Amorim, não concorda com a posição dos oposicionistas. “Acho que estão equivocados. O Acre tem que visitar os países desenvolvidos e a comitiva não foi a passeio. Ao contrário do que a deputada está dizendo, eles foram a trabalho para trocar conhecimento. Levar o que temos de bom por aqui e trazer tecnologia. É uma viagem fundamental para que os empresários do Acre possam voltar mais qualificados e prestar um melhor serviço à sociedade”, defendeu.

Quanto à questão de priorizar a integração com os países vizinhos, Amorim acredita que o processo é global. “Nós temos que trabalhar o Acre com o Peru, a Bolívia e a China. Integrar é o caminho para o Desenvolvimento Sustentável com o respeito ao meio ambiente. E vamos buscar lá fora tecnologia para isso”, completou.

Modelo desrespeita direitos humanos, diz tucano
Já o deputado Donald Fernandes (PSDB) preferiu criticar a situação social e política da China. “A China pode colocar produtos mais baratos do que os daqui. É isso o milagre chinês. No entanto, lá não se respeita os direitos trabalhistas. Os empregados chineses não têm direito a férias, a hora extra e não possuem garantia de emprego. Os direitos humanos são constantemente violados. Uma mulher que tem um filho não pode ter dois porque é chamada pelo governo e obrigada a abortar. Essas são coisas que a gente não pode deixar de falar porque a China tem muito maus hábitos em relação aos seres humanos. Não sei qual o aspecto que os nossos empresários foram ver lá”, afirmou.

Estrada do Pacífico motivou a visita
O deputado Moisés Diniz (PCdoB), líder do Governo, resumiu a importância da visita da comitiva acreana ao país do Oriente. “É uma viagem de intercambio porque a China é uma referência como zona de exportação e nós estamos abrindo a Estrada do Pacífico que vai nos aproximar da China. Antes nós tínhamos que fazer uma curva demais de sete mil quilômetros para chegar lá. Agora, estamos mais próximos. A maioria das pessoas que foram são empresários e não cabe a nós deputados da Aleac discutir se o empresário deve ou não sair do Acre para fazer intercambio comercial e cultural. O empresário é quem paga a sua passagem. Cada um cobre a sua despesa. Não sou especialista na área de exportação, mas entendo que quando as pessoas se relacionam surgem sempre coisa boas seja no comércio, na cultura ou na tecnologia. Até brinquei na tribuna da Aleac que o Armadinejah, presidente do Irã, também está se relacionando”, concluiu.

 

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