É um movimento grevista complexo pelo fato de haver dois focos diferentes de negociação: um relacionado ao Governo Federal e outro ao Estadual. Mas, ontem, depois de uma conversa da diretoria do Sindicato dos Policiais Civis com o líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB), a paralisação da categoria foi suspensa. A decisão não satisfez toda a base do movimento. Mesmo assim, pelo menos até a próxima terça-feira os policiais deverão voltar ao trabalho enquanto será votada a PEC 300, em Brasília e, o Governo volta a negociar com a categoria.
O presidente do sindicato, Maurício Buriti, conversou com a imprensa depois da reunião na Aleac. “Conseguimos a garantia que o Governo do Estado sentará com a categoria para discutir todos os pontos de estrangulamento da lei 2250 que está afetando os trabalhadores da Polícia Civil. O Governo disse que não negociava enquanto a categoria estivesse em greve. Vamos suspender o movimento, mas nos manteremos em estado de greve porque temos também a questão nacional que vai ser resolvida na terça-feira. Temos um compromisso do líder do governo de que as negocia-ções começam a fluir a partir de segunda-feira. Vamos dar uma trégua, mas manteremos o nosso pessoal mobilizado”, afirmou.
Moisés Diniz, ponderou sobre as suas motivações para intermediar o conflito com o Governo. “Com a experiência desses anos todos de movimento sindical percebemos as dificuldades na relação sindical e nos propusemos a ajudar. Dialoguei com o Governo junto com o deputado Walter Prado (PDT). Pedi aos sindicalistas para não entrarem nesse debate se as portas das negociações estão abertas ou fechadas ou se a lei foi aprovada na calada da noite. Senão vira um cabo de guerra. Aconselhei o Buriti a suspender a greve para, na segunda-feira, serem recebidos pelo Governo. Fica difícil uma negociação quando se tem vários focos e objetivos”, explicou.