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Sem regularização, “invasões” sofrem com ligações clandestinas

Com parte dos bairros oriunda de “invasões” que não foram regularizados pela Prefeitura, Rio Branco tem um incalculável número de ligações da rede elétrica ilegal. O problema foi exposto há poucos dias, quando a Eletrobras/Acre precisou cortar as redes clandestinas que abasteciam as casas no Montanhês e Caladinho, na parte alta da Capital. Das 833 famílias notificadas no Montanhês para instalar os padrões medidores de consumo, apenas pouco mais de 100 se regularizaram.

A direção da empresa deu um novo prazo de 30 dias para que os moradores possam ter tempo suficiente para não ter o fornecimento de energia cortado. Na manhã de ontem, diretores da empresa se reuniram com os líderes comunitários dos dois bairros. Uma ligação clandestina, popularmente chamada de “rabichos”, trazem grandes riscos, como incêndios e queima de aparelhos.

O alerta é dado pelo gerente de Departamento Comer-cial da Eletrobras/Acre, Raimundo Nonato da Silva. Outro problema é a queda de arrecadação ao se calcular o consumo da eletricidade. “Não é justo que usuários paguem o valor total conforme a média de consumo, com a devida tributação, e outros que pagam somente a taxa mínima”, afirma Nonato.

Quanto ao Caladinho a situação é mais complicada.  Como o bairro não está regularizado pela prefeitura, a empresa não pode fazer instalação das redes de transmissão, com todos os equipamentos que garantam um fornecimento de qualidade e com segurança. Na comunidade vivem mais de 600 famílias.

Essas redes ilegais afetam também os consumidores de áreas beneficiadas pela distribuição da Eletrobras/Acre, já que há o “roubo” de energia dos cabos e fios transmissores. Por conta disso, a direção determinou o corte para o Caladinho. Mas Nonato reconhece que os moradores logo vão religar os “rabichos”.

Para se eximir de qualquer culpa, a empresa fez um Boletim de Ocorrência dando queixa dos “rabichos” e deixando claro seus riscos.

Para Antônio Magalhães, presidente da associação de moradores do Montanhês, o novo prazo dado pela Eletrobras é uma oportunidade para que os ilegais se regularizem. “Com a empresa facilitando só não vai se adaptar quem quiser”, disse. Já para Maria Ferreira do Nascimento, líder comunitária do Caladinho, a esperança está na regularização fundiária do bairro.

“Tenho acompanhado todo o processo [de regularização], mas enquanto isso não acontece, peço que alguma forma seja encontrada para que a luz não seja cortada, pois há muitas famílias que precisam dela”, clama a moradora.     

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