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Trabalhadores administrativos querem a presidência do Sinteac

A boataria era que os trabalhadores de apoio na Educação formariam um outro sindicato. Mas com a candidatura de Valdir França à presidência do Sinteac existe um esforço para contemplar os administrativos sem rachar ainda mais o movimento sindical na Educação que tem dois representantes Sin-teac e Sinplac.

Encabeçando a chapa 3 nas eleições que acontecem no próximo dia 25, Valdir, explica os motivos que o levaram a se candidatar.  “O anseio do pessoal administrativo é que ao longo do tempo do Sinteac nunca esteve à frente do Sindicato. Estamos colocando o nosso nome para unificar o movimento. Mas temos metade da chapa composta por professores. Nós queremos unificar a categoria que hoje se encontra muito dividida. Nós temos entre quase 12 mil filiados ao Sinteac e 60% é de trabalhadores auxiliares na educação”, diz ele.

Quanto as suas possibilidades de vitória, Valdir, avalia: “nós sabemos que é difícil, mas não é impossível derrotar o atual presidente Manoel Lima. Nós não temos estrutura para visitarmos todos os municípios do Estado, por isso, estamos concentrando nossa campanha na Capital. Mas representamos o anseio da categoria no sentido que devemos colocar alguém do administrativo à frente do Sinteac com o discurso de unidade e não de dividir e criar mais sindicatos. Isso é essencial para que tenha êxito negociações e leve em conta o que é melhor para os servidores. Também não queremos nos envolver em questões políticas partidárias, afirmou.

Sindicalismo e política
Quanto à tênue fronteira que existe entre o movimento sindical e a política partidária, Valdir, pondera: “nós não condenamos as filiações partidárias o que não concordamos é a submissão de alguns líderes sindicais aos poderes públicos constituídos. Não vou negar que algumas pessoas da nossa chapa têm filiações partidárias, mas elas estão cientes que lá estarão a serviço dos trabalhadores em Educação. Sou filiado ao PMN, mas em nenhum momento deixei que o meu partido discutisse a minha candidatura. Isso foi feito com os trabalhadores. Não queremos levar essa discussão de partidos dentro dos sindicatos. Na verdade queremos tirar o que já tem”, garantiu.

Como PMN atualmente faz oposição ao Governo do Estado, o sindicalista, comenta qual seria o seu posicionamento numa eventual vitória no Sinteac. “Nós vamos ser oposição com muita responsabilidade e no momento que tiver que ser. Mas o principal é saber dialogar com a equipe de governo porque o diálogo é a melhor saída em qualquer situação. Não tenho nenhum problema com nenhum membro do governo ou da FPA, até porque ajudei a construir isso. Hoje não estou mais, mas não tenho nada contra”, explicou.

Divisão do Movimento sindical
Outra questão que chama atenção do sindicalista é a divisão do movimento sindical com mais de uma representação nas categorias. “Já há alguns anos há um movimento forte no sentido de criar um sindicato próprio do pessoal de apoio. Mas nós trabalhamos contra porque achamos que temos que disputar uma eleição no sindicato que é nosso. Vejo com pesar o fato de ter dois sindicatos o Sinteac e Sinplac porque isso não é necessário. O nosso trabalho quando eleito é chamar o Sinplac para estar de comum acordo nas negociações. Não é viável ter vários sindicatos. O Sinteac é de todos os trabalhadores da Educação e temos que unificar e não separar”, avaliou.

Avaliação da recente greve
Valdir França fez questão de comentar sobre o resultado da recente greve dos trabalhadores em Educação. “A maioria dos trabalhadores foi levado pelo oba-oba. Não havia nenhuma proposta definida desde o início. Todos os dias tinham propostas diferentes tanto do movimento quanto do Governo. Não tinha uma bandeira única. No final todos acabaram cedendo. Não foi o  que os trabalhadores pediram e nem o que o Governo queria fazer. Nós não temos uma idéia formalizada nesse sentido. Tinha muita gente que nem sabia porque estava no movimento. Trabalhadores criticando uns aos outros e ao Governo. Não teve unidade. Tinha dois sindicatos com propostas diferentes. Se torna difícil para quem está governando definir o que a categoria pretende”, salientou.

Para o sindicalista, os trabalhadores em Educação ficaram insatisfeitos com o resultado da greve. “A greve não foi oportuna por estarmos às vésperas de um período eleitoral. O movimento deveria ter sido mais discutido anteriormente com o pessoal administrativo. Nós do administrativo e os aposentados saímos sem ganho nenhum por conta de termos 6,6% aprovado no ano passado e mais a puladinha de 10% que seria um direito adquirido. A maioria do pessoal administrativo ficou revoltado”, finalizou.

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