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Usinas do Madeira põem em risco integridade de índios isolados

Uma análise da Funai (Fundação Nacional do Índio) aponta que a construção das barragens das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, ambas no Rio Madeira, coloca em risco a integridade de grupos indígenas que não mantêm contato com os brancos. Repercutido pela ONG Survival International, o estudo aponta que parte das terras destes índios vão ser atingidas com as obras.

A Funai constatou que na região próxima às usinas vivem tribos consideradas isoladas, que da floresta tira suas fontes de sobrevivência a partir da caça e pesca. De acordo com o levantamento, ao menos quatro dessas etnias vivem em regiões impactas pelas barragens. O alerta dado pela ONG internacional lembra que as usinas acarretarão outros impactos, como as estradas e construção de vilarejos às margens.
Para a Survival, as consequências para os indígenas seriam exterminadoras. A presença de homens brancos pode acarretar a proliferação de doenças que, diante da baixa imunidade biológica dos índios isolados, podem ser mortais. “Qualquer forma de contato entre os povos indígenas isolados com pessoas de fora é extremamente perigoso para a saúde deles, e poderia matar muitos, como inúmeras vezes aconteceu no passado”, diz a ONG em seu portal.

A Funai também acredita que, por conta dos barulhos provocados pelas obras, muito desses índios fugiram de suas áreas naturais. Não somente as tribos isoladas vão ser impactadas pelas usinas, como as tradicionais que já mantêm contato com o mundo exterior.

Diz Stephen Corry, diretor da Survival International: “a construção de barragens em Santo Antonio e Jirau deve ser suspensa. Se não for assim, muitos índios vão ter suas terras invadidas e saqueados seus recursos naturais. Os grupos isolados poderiam ser dizimados. O governo brasileiro será responsável por esse desastre”.

 

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