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Fim de IPI enfraquece vendas de carro, mas setor espera crescimento para 2010

O fim da isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) teve como conseqüência uma leve queda na venda de veículos em todo o país. Mesmo com o número de carros nos últimos meses vendidos menores que o mesmo período do ano passado, quando o benefício fiscal estava em pleno vigor, as concessionárias esperam um crescimento entre 15% e 17% nas vendas em 2010, em cotejo com o ano passado.

Sem o incentivo do IPI, caberá a cada concessionária elaborar suas estratégias de vendas. “A principal aposta está em oferecer taxas de juros atrativas, mais condições de pagamento facilitadas”, diz Leandro Domingos, presidente do sindicato que reúne as lojas do setor. A aposta em juros baixos e outros benefícios – como acessórios e IPVA grátis – apresentou resultados positivos em junho.

As projeções apontam que as vendas ante maio serão 18,6% maiores. “A expectativa é que esse percentual fique ainda maior.” Mas quando comparado com junho de 2009, o desempenho neste ano tem estado 20% menor. O motivo é que naquele período o benefício do IPI estava em pleno vigor e era usado exaustivamente pelas concessionárias para atrair os clientes.

Enquanto que em junho do ano passado 630 automóveis foram emplacados, até o encerrar do mês estima-se que o número chegue a 525. O resultado negativo é compensado pelo acumulado do ano. As vendas neste primeiro semestre estão 19,24% superiores quando comparadas com o mesmo período de 2009. Nestes seis primeiros meses 3,5 mil veículos já saíram das lojas, ante 2,9 mil do ano passado. 

Março foi o melhor mês. O fim do incentivo do IPI levou os consumidores às concessionárias a fim de comprar seus automóveis com valores ainda baixos. A média de vendas mensal é de 500 carros, sendo que em março foi de mais de 700.

Empolgado com o bom desempenho, Domingos diz que a expectativa de crescimento em 2010 superou as projeções iniciais. “Esperávamos uma tímida elevação de 5%”, revela ele. Indagado se os próximos meses seguirão a tendência de alta registrada de maio para junho, Domingos diz que as vendas vão se estabilizar nos patamares do período pré-crise.

Foi o cenário de insegurança por conta do colapso no sistema financeiro americano que levou o Governo Federal a isentar carros e motos da cobrança de alguns impostos. As vendas aquecidas de automóveis no país serviam como um termômetro para a economia. O estouro da bolha levou os bancos a aumentarem as taxas de juros e serem mais criteriosos na aprovação de crédito.

Passado o momento de tormenta, agora as taxas de juros voltaram aos níveis de antes da crise. “Nós estamos voltando aos níveis normais do pré-crise, de recuperação da economia”, afirma o empresário.    

 

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