Os 8 partidos que formarão a frente das oposições farão hoje as suas convenções com discursos parecidos. A maioria das lideranças oposicionistas alega a falta de recursos financeiros para bancar a campanha política contra a FPA que domina a política do Estado há 12 anos. O pré-candidato ao Senado, Sérgio Petecão PMN), já avisou: “não esperem a mesma estrutura dos nossos adversários. Nós vamos contar é com a presença do povo”, afirmou.
Petecão ainda ironizou os seus concorrentes políticos: “muitos não acreditavam na união das oposições, mas nós conseguimos. Eu era um dos que acreditava que isso seria possível. Quero ver agora os nossos adversários dizerem que não conseguimos nem nos unir para tomarmos uma Coca-Cola num bar. Estou esperando para ver as críticas que farão à nossa união”, salientou.
As vitórias de Dindim (PSDB), nas eleições extemporâneas de Feijó e, de Wagner Sales (PMDB), nas últimas eleições municipais, em Cruzeiro do Sul, deverão servir para inspirar a militância oposicionista. O tom dos discursos deverá girar entorno da luta entre David contra Go-lias. A maioria das lideranças oposicionistas deverá acusar os candidatos governistas de se beneficiarem da máquina governamental. Um discurso muito parecido com o das mais recentes eleições no Acre.
O jogo democrático
Para o pré-candidato ao governo, Bocalom (PSDB) os mais recentes acontecimentos políticos relacionados às candidaturas majoritárias dificultou o caminho das oposições. “O processo democrático não será prejudicado. Mas sempre fui o defensor de duas ou mais candidaturas de oposição em função da máquina que o governo tem e que joga no primeiro turno através dos seus candidatos a deputados. Não tenho dúvida de que a retirada do nome do Rodrigo Pinto (PMDB) acaba prejudicando um pouco aquele processo inicial que nós sonhamos e idealizamos desde o ano passado”, analisou.
No entanto, Bocalom comemora o fato do PMDB se manter na oposição. “O mais importante disso tudo é que apesar da retirada da sua candidatura majoritária o PMDB continua na oposição o que é fundamental. Evidentemente se o PMDB tivesse ido para a FPA o prejuízo teria sido muito maior. O PMDB sempre foi bem-vindo por ser tradicional e de oposição. Tem quatro prefeitos, apesar de um deles estar dizendo que não vai nos acompanhar. O mais importante é que temos no Juruá o peso do Wagner Sales (PMDB) e do Randson Almeida (PMDB) e do próprio Padeiro, no Bujari. O PMDB no Juruá é muito forte porque quando converso com as pessoas elas não dizem que vão votar na oposição, mas no PMDB. Lá só existe PT e PMDB. Tenho certeza absoluta que a manutenção do PMDB nas oposições é fundamental para que a gente possa chegar ao sucesso”, afirmou.
Quanto ao fato da disputa ao governo estar praticamente restrita ao primeiro turno, Bocalom, acha que isso vai facilitar para os eleitores mais humildes. “Não tenho dúvida que dificultou um pouco mais porque nesse quadro o dinheiro do governo é grande. Mas quando a gente anda e conversa com as pessoas muita gente diz que não era ideal ter o jogo dos dois turnos. Na cabeça do eleitor mais humilde ele sempre achava que a oposição tinha que se unir. Agora uniu e acho que o prejuízo não vai ser tão grande”, garantiu.
Rodrigo Pinto: “O sinal veio do Alto e vou ser candidato a deputado estadual”
Pelo menos uma novidade haverá nas convenções oposicionistas. O ex-candidato ao governo Rodrigo Pinto (PMDB) já encontrou o seu rumo nessas eleições. Depois da decepção de perder a sua candidatura majoritária o vereador resolveu se candidatar a deputado estadual. “Sabia que tinha que participar dessas eleições. Iria ficar agoniado em casa assistindo o processo eleitoral se desenrolar e sem ter para quem pedir votos. Eles retiraram quase tudo da gente, menos os nossos sonhos que continuam mais vivos do que nunca. Resolvi seguir a trajetória do meu pai, Edmundo Pinto, que foi vereador e deputado estadual. O sinal veio do alto e eu tinha que dar uma satisfação ao grupo que me acompanhou durante a minha pré-candidatura ao governo. Sou político por vocação e tenho as melhores intenções com o povo do meu Estado”, explicou
As convenções
Serão dois grandes eventos das oposições. Hoje pela manhã, entre às 9h e 13h, o PMDB se reúne na sua nova sede, na Avenida Antonio da Rocha Viana, no prédio onde funcionou a empresa Slump Engenharia. Apresentará as candidaturas de 21 deputados estaduais numa chapa pura. Para federal os candidatos do PMDB, como Flaviano Melo (PMDB), farão parte do chapão das oposições. Também será confirmada a candidatura do ex-deputado João Correia (PMDB) a um das vagas ao Senado.
Depois entre às 16h e 21h, os outros sete partidos oposicionistas se reúnem na antiga sede da Sabenacre, na Via Chico Mendes, para homologar a sua chapa majoritária encabeçada por Bocalom (PSDB) e o vice, Apóstolo Ild-son (PPS) ao governo. Sérgio Petecão (PMN) concorre a uma das cadeiras acreanas de senador e, várias pequenas coligações para deputados estaduais serão anunciadas, além do chapão para federal.