Rio de Janeiro – Os funcionários da empresa de linhas aéreas Gol prometem paralisar as atividades no próximo dia 13 de agosto. Eles questionam os baixos salários, o excesso de jornada e casos de assédio moral.
A paralisação foi anunciada na página virtual do Sindicato Nacional dos Aeroviários – pessoas que trabalham nos aeroportos ou prestam, em terra, serviço para o setor –, que aderiu ao movimento. Segundo a presidente da entidade, Selma Balbino, esse é o último recurso em defesa dos direitos trabalhistas dos aeroviários.
“Além dos baixos salários e da falta de um plano de saúde, o excesso de jornada é uma das principais queixas da categoria. O setor está em amplo crescimento. A Gol é uma das empresas que mais crescem e as condições de seus funcionários continuam ruins.”
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas – que representa comissários, pilotos, copilotos e mecânicos de voo – Gelson Dagmar Fochesato, disse que entidade ainda não foi informada da suspensão das atividades, mas defendeu as reivindicações da categoria e responsabilizou a falta de uma política nacional para o setor aéreo pelos recentes problemas de atrasos, cancelamentos e insatisfação dos funcionários.
“As empresas foram crescendo de forma desorganizada e desproporcional, ultrapassando os limites de jornada de trabalho e pondo em risco a segurança dos voos. A Gol sentou com o sindicato em julho para reorganizar essa jornada e é a única que está respeitando a legislação.”
A legislação trabalhista determina que comissários, pilotos e copilotos tenham no máximo 85 horas mensais de voo. De acordo com Fochesato, algumas tripulações voam atualmente cerca de noventa horas por mês ou mais. “E entre uma jornada e outra eles não estão descansando o suficiente. Isto é perigo para eles e para os passageiros.” (Agência Brasil)