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“Molina não tem base científica para questionar laudos do IML”, diz Jessélio

O diretor de Polícia Técnica, Jessélio Advincolla, se pronunciou ontem (11) acerca dos ataques feitos pelo especialista em fonética forense, Luís Ricardo Spinoza Molina, ao trabalho dos peritos oficiais do Acre. Contratado como assistente técnico de defesa pela família do professor Antônio José – condenado a 12 anos de prisão pelo estupro de um garoto de 6 anos – Molina tenta desmontar a sentença desqualificando o trabalho da perícia.
Jusselio
De acordo com Jessélio, as afirmações feitas por Molina não encontram embasamento, algo que é inaceitável para quem se apresenta como especialista em áreas que demandam conhecimento bastante específico.

“Molina não é perito oficial nem médico legista. A menos que ele revele o nome do profissional habilitado pelo qual está sendo assistido, podemos entender que ele está incorrendo em exercício ilegal de profissão, haja vista não ter formação na área”, contesta Jessélio.

Molina ganhou fama ao participar da perícia de casos famosos como o assassinato de PC Farias, Chacina de Eldorado dos Carajás e a morte da menina Isabella.  Depois de concluir laudo livrando o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá da responsabilidade em relação à queda da criança, Molina deu declarações debochadas à imprensa. “Os peritos do caso Isabella estão igual cachorro correndo atrás do próprio rabo”, desdenhou.

Veio ao Acre a pedido da família do professor Antônio José com a missão de apontar supostas falhas no laudo da perícia e assim conseguir desmontar a sentença já proferida pela Justiça. Em entrevista à imprensa, disse que “o laudo está incompleto, porque não tem fotos e não existem explicações claras sobre duas fissuras anais”.

Questionou também a ausência de sêmem ou sinais de lubrificantes que comprovem a evidência do estupro, conforme foi denunciado à polícia. Taxou ainda de incoerente o depoimento da criança, que, segundo ele, tem um histórico complicado. Afirma também que o menor depôs sob influência de perversidades psicológicas.

Jessélio retrucou dizendo que Molina não é especialista no assunto para apontar erros num laudo feito por um médico legista. Ressaltou ainda que o laudo deixa claro que as fissuras foram decorrentes da agressão sexual sofrida pelo menor.

Em relação às fotografias esclareceu que por se tratar de menor de idade, existe orientação por parte do Conselho Tutelar e do próprio Conselho Regional de Medicina, que as crianças sejam poupadas desse constrangimento desnecessário, principalmente se no conjunto probatório existirem outros indícios que possam levar ao mesmo entendimento.

O Instituto Médico Legal do Acre (IML) conta atualmente com apenas cinco peritos oficiais e médicos legistas para uma demanda diária de 25 perícias, cerca de 9 mil ao ano. Jessélio admite que existem defi-ciências na estrutura física e que o corpo funcional deve ser melhorado através da contratação de mais pessoal, mas assegura que apesar da equipe reduzida o trabalho vem sendo conduzido de forma séria e comprometida, não de forma irresponsável como quis passar para a mídia Ricardo Molina.

 

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