23 de junho de 2025
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • POLICIA
  • Geral
  • POLÍTICA
  • Colunas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

23 de junho de 2025
Sem resultados
View All Result
Jornal A Gazeta do Acre
Sem resultados
View All Result

O “homem-massa”

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
22/10/2010 - 04:10
Manda no zap!CompartilharTuitar

Historiadores renomados dizem que  aquilo que o Contrato Social de Rousseau foi para o século XVIII e o Capital de Marx para o século XIX, A Rebelião das Massas de José Ortega y Gasset (1883-1955) catedrático de filosofia na Universidade de Madri, deveria sê-lo para o século XX e, por alcance, para o século XXI.

Em A Rebelião das Massas, Ortega diz que o homem-massa não designa uma classe social; é um idealtipo, um modo de ser que hoje se encontra em todas as classes. O “homem-massa seria aquele que desfruta dos progressos da técnica sem reconhecer que foram recebidos por tradição das gerações anteriores, não se sente devedor de nada nem de ninguém; é aproveitador das vantagens sociais. O homem-massa não percebe que a cultura e as instituições em que vive são realidades  precárias; é, portanto, um irresponsável; é um especialista incapaz de enfrentar um problema geral; é decidido em rejeitar a discussão. No homem-massa detesta-se toda forma de convivência que por si mesma comporta o respeito de normas objetivas. Suprimem-se todos os trâmites normativos e se corre diretamente para a imposição daquilo que se deseja.

O homem-massa é um novo bárbaro que não se limita considerar-se excelente enquanto é vulgar, mas pretende impor vulgaridade como direito e o direito à vulgaridade. Ortega, diz ainda, que nosso tempo ou época se orgulha dessa monstruosa novidade: O direito de não ter razão, a razão da não-razão. Novidade esta tanto mais clara se considerarmos o fato de que o homem-massa confiou totalmente sua vida ao poder público, ao Estado. O fascismo e o bolchevismo representam exatamente movimentos de homens-massa dirigidos por homens por vezes rudes e privados de qualquer cultura. Homem-massa, em outros termos, é um homem que “deu as costas aos valores  da tradição liberal e introduziu na vida pública um estilo de ação baseado sobre a sistemática agressão e cancelamento do outro, sobre idolatria do chefe carismático e sobre o estatismo totalitário”.

O mundo que circunda o homem, diz Gasset, é um mundo rico, que não conhece mais as privações de um tempo. Contudo, é justamente aqui que a razão caiu em grande  ilusão. Em vez de tornar o homem consciente dos benefícios e das vantagens da nova sociedade, em vez de fazer refletir sobre os esforços gigantescos dos quais a nova ordem nasceu e sobre os esforços necessários para mantê-lo em vida, irresponsavelmente fez acreditar que qualquer coisa é possível. Nasceu assim o “homem-massa”, um “menino viciado”, cujo “diagrama psicológico” caracteriza-se pela “livre expansão de seus desejos vitais, isto é, de sua pessoa, e absoluta ingratidão para com tudo que  tornou possível a facilidade de sua existência”.

O homem-massa encontra mais tarde em Martin Heidegger (1889-1976), numa mesmice histórica da filosofia, um novo perfil. Trata-se de um conceito filosófico do reputado existencialista  mostrando a queda do homem no plano das coisas do mundo, ou seja, a queda da existência ao nível da inautenticidade e banalidade das agruras quotidianas. “O estado de dejeção é aquele em que a existência se distância de si, esconde a si mesma sua possibilidade própria e se abandona ao modo de ser anônimo que se caracteriza pela tagarelice, pela curiosidade e pelo equívoco”.

O termo dejeção, usado por Heidegger, se aplica de forma fenomenal aos dias de hoje, já que vivemos a época da falação, das tagarelices e dos discursos falaciosos. A crise financeira mundial é uma amostra do quanto estamos equivocados nas nossas ações; pelo menos 1 bilhão de pessoas está, no planeta terra, passando fome. Fome que avança implacavelmente em, pelo menos, 29 países. O Brasil, particularmente, é um país moderno, onde milhões de cidadãos, embora titulares de direitos subjetivos vive à margem da lei e da própria constituição, sem direitos objetivos, mesmo os mais fundamentais.

RECEBA NOTÍCIAS NO CELULAR

 Vivemos num país onde há pessoas, em sua maioria, mergulhadas na ausência de conhecimento sobre as causas da pobreza, e sobre a extensão e gravidade da nossa própria cumplicidade nesta situação. À luz desse quadro de equívocos, basta uma simples olhadinha no panorama geral da vida moderna, nota-damente na vida urbana, para constatar que as nossas prioridades estão invertidas; isto é, estamos todos, ou quase todos, lutando por valores instrumentais (bens de consumo).  Enquanto que o conhecimento (como verdade), no dizer de Nicolai Hartmann; os valores morais (como o bom); os valores vitais (saúde e bem-estar) estão relegados ao terceiro plano.

O mundo, naturalmente, como pano de fundo dessa questão, é um protótipo do homem-massa. O homem-massa, principal protagonista desse circo mundial,  avança cada vez mais para a condição de objeto de administração centralizada e burocratizada (Horkheimer), preso a organizações de massa que nunca vão além do horizonte do capitalismo de Estado

* Francisco Assis dos Santos é professor e pesquisador  bibliográfico em Filosofia e Ciências da Religião.E-mail: [email protected]

Compartilhe:

  • WhatsApp
  • Publicar
  • Threads
  • Telegram
  • E-mail

Siga 'A Gazeta do Acre' nas redes sociais

  • Canal do Whatsapp
  • X (ex-Twitter)
  • Instagram
  • Facebook
  • TikTok



Anterior

Gazetinhas 22/10/2010

Próxima Notícia

Não aprovaria

Mais Notícias

Francisco Assis

Sobrevivência

24/01/2022
Francisco Assis

Fechando o cerco contra o feminicídio!

17/01/2022
Francisco Assis

Natal: Novo Amanhecer!

23/12/2021
Francisco Assis

“Quo Vadis”

06/12/2021
Francisco Assis

“O Vasco só me dá alegria!”

18/11/2021
Francisco Assis

Homenagem aos Mortos no Dia de Finados!

29/10/2021
Mais notícias
Próxima Notícia

Não aprovaria

Economia privatizada é o caminho para o futuro

Jornal A Gazeta do Acre

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre

  • Expediente
  • Fale Conosco

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • Polícia
  • Geral
  • Política
  • Colunistas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
  • Receba Notícias no celular
  • Expediente
  • Fale Conosco

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre