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Acre tem na energia do Peru aposta para industrialização

Mesmo vizinho das usinas hidrelétricas do Complexo do Madeira (Santo Antonio e Jirau) o Acre fará sua aposta no setor energético no potencial elétrico peruano. Em encontro com empresários realizado pela Fecomercio, ainda em setembro, o então candidato e agora governador eleito Tião Viana (PT) afirmou que o Acre pode comprar energia mais barata do Peru, e com segurança.

É na energia peruana que o quarto governo petista apostará suas fichas no processo de industrialização do Acre, a grande bandeira da campanha eleitoral de Tião Viana. Apesar da aposta, Brasil e Peru ainda dão os primeiros passos no sentido da integração energética.

Com caudalosos rios em sua bacia amazônica, o Peru ainda necessita de muitos investimentos para atender a demanda brasileira e a interna. Em maio do ano passado, os ministérios de Minas e Energia do Brasil e Peru assinaram acordo para construção de seis usinas hidrelétricas no país vizinho.

Juntas, terão a capacidade de produzir 7.000 MW (megawatts). O potencial de geração a partir da movimentação de turbinas pela força da água chega a quase 62.000 MW. Entretanto, o Peru gera somente 3.214 MW, ou 5,2% do potencial energético. Mesmo gerando pouca energia, os peruanos aumentam a cada ano sua necessidade por eletricidade.

A nação andina é uma das que mais cresce na América do Sul, com taxas superiores às do Brasil. Entre 1997 e 2006, a taxa de crescimento do consumo de energia aumentou 28,8% no Peru.

“Um elemento importante da estratégia de integração energética entre os dois países deve estabelecer as regras para a repartição da energia gerada entre os dois países”, diz trecho de um estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que analisa integração energética na América Latina.

Completa a análise: “dada a quantidade de recursos hidrelétricos disponíveis no Peru e o crescimento da demanda de energia elétrica, a base da integração deve ser a construção de novas usinas hidrelétricas que sejam capazes de gerar energia para ambos os mercados e confiável”. 
Segundo o estudo, o Brasil precisa usar toda a sua experiência no setor e vantagem econômica para que a integração possa se consolidar.

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