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Revoltados, índios denunciam situação de abandono em casa de abrigo

Os mais de uma centena de indígenas que estão na Casa do Índio, abrigo da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para hospedar os índios em tratamento na cidade, denunciaram na manhã de ontem o estado em que se encontra o local. Segundo Francisco Siqueira, da etnia Apolima-arara, a casa de passagem não oferece as mínimas condições.

“Um local que é para acolher pessoas doentes não tem condições de higiene e nem limpeza”, disse ele. A principal reclamação era um esgoto que há mais de duas semanas estava estourado. O problema só foi solucionado ontem. O esgoto está localizado bem ao lado do refeitório da casa.

De acordo com eles, não tinha como fazer a alimentação no espaço por conta do forte odor. Outra queixa é quanto aos mosquitos durante a noite. Os indígenas afirmam que não há como repousar com tantos pernilongos atormentando o ambiente. “Eles [a direção da casa] poderiam mandar ao menos fazer dedetização para espantar os mosquitos”, afirmou Siqueira.

Os banheiros também são outro problema, segundo eles. Homens e mulheres tomam banho no mesmo espaço, sem qualquer privacidade. Os dormitórios não têm camas suficientes, além do espaço ser pequeno. Redes se amontoam uma por cima da outra. “Quando cheguei, eu tive que dormir no chão”, disse Laide Apurinã, que há duas semanas acompanha a irmã em tratamento na Capital.

“O calor nos dias quentes chega a ser insuportável”. A quantidade de ventiladores é insuficiente. À noite, o problema fica por conta da iluminação. As lâmpadas queimadas deixam o ambiente às escuras. Procurada para falar sobre o assunto, a direção da Casa do Índio não quis se pronunciar.

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