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Wagner Sales: “não tenho vontade de disputar a reeleição”

O prefeito de Cruzeiro do Sul, segundo maior município do Acre, esteve na Capital para participar da inauguração da nova sede da Amac (Associação de Prefeitos do Acre) da qual é o vice-presidente. Wagner Sales (PMDB) conversou com A GAZETA sobre o relacionamento com o governador Tião Viana, o mandato de deputada estadual da sua esposa, Antonia Sales (PMDB) e fez revelações surpreendentes a respeito do seu futuro político.

Relação com o atual Governo do Estado
Wagner Sales não teve uma boa relação com o ex-governador Binho Marques (PT). Houve, inclusive, momentos de tensão entre os dois, devido a questões políticas e administrativas no Juruá. Parece que com Tião Viana as coisas serão diferentes. “Na classe política tem que haver bons relacionamentos. Desde quando o Tião Viana era senador sempre tivemos uma ótima relação. Ele assumiu há pouco tempo e já esteve no meu gabinete em Cruzeiro do Sul. O propósito foi de trabalharmos juntos em beneficio da população através de parcerias. A prefeitura pode ajudar o Estado e o Estado pode ajudar o município”, afirmou.

Segundo o prefeito as perspectivas são as melhores possíveis. “Espero que na prática possa acontecer de termos um pensamento conjunto. Já discutimos alguns pontos importantes como recuperação de ramais. A prefeitura todo ano faz a sua parte, mas o Tião Viana quer ampliar esse trabalho e poderemos ter um suporte maior. Estou elaborando um projeto para solicitar recursos para adquirirmos insumos para asfaltamento de ruas. O governador tem no projeto dele asfaltar todas as tuas dos municípios do Acre. E Cruzeiro do Sul quer ajudá-lo a cumprir essa promessa de campanha. Hoje nós temos uma usina de asfaltamento das mais modernas do Acre”, salientou.

Mas indagado sobre o projeto do Governo que prevê o calçamento das ruas com tijolos, Sales, acha que não existe diferença. “Se formos fazer as contas o tijolo gera mais emprego, mas acaba causando um impacto ambiental maior e o custo é parecido. Acho que para o governador não existe diferença entre calçar ou asfaltar. O importante é tirar as pessoas que estão dentro dos bairros pisando na lama e urbanizar o Acre. Por isso, a nossa proposta é conseguir os recursos do Estado para trabalharmos em parceria”, argumentou.

Oposição Aleac
Questionado se por conta desse provável bom relacionamento com Tião Viana a deputada Antônia Sales (PMDB) poderia ter uma postura mais governista. Wagner descarta a possibilidade. “Não existe nenhuma possibilidade de rela-cionar uma coisa com a outra. As questões administrativas não podem se confundir com as legislativas. A Antonia Sales foi eleita para ser uma deputada combativa e para fiscalizar as falhas do Estado como uma deputada de oposição de maneira coerente e responsável. Agora, claro que qualquer coisa que for boa para o Estado ela vai apoiar”, frisou.

Para o prefeito cruzeirense a oposição é saudável. “Eu não fico insatisfeito quando os vereadores que me fazem oposição em Cruzeiro do Sul me cobram porque graças a isso nós acabamos consertando muitas coisas. O que não pode numa administração é a gente ficar rodeado de puxa-sacos que só dizem que está tudo bem quando a realidade é outra. Nesse sentido, a oposição é sempre muito útil para que a gente possa abrir os olhos para as coisas que estão erradas”, garantiu.

Sucessão de Cruzeiro do Sul
Quando o assunto se envereda para a próxima eleição para prefeito de Cruzeiro do Sul, as respostas de Wagner Sales, são paradoxais. “O difícil para mim foi ganhar a minha primeira eleição para vereador em 1982. Depois já me tornei deputado e nunca tive dificuldade para me eleger. Junto com a Antonia Sales nós somos os políticos do Juruá que temos mais mandatos na Aleac. A eleição de prefeito de Cruzeiro do Sul foi muito difícil porque tive que enfrentar todos. Hoje vejo uma reeleição mais tranqüila. O trabalho que estamos fazendo em Cruzeiro do Sul é notório porque atinge desde o mais distante igarapé ao centro da cidade”, salientou.

Apesar de considerar que seu grupo político teria uma reeleição tranqüila, Wagner, afirma não querer ser candidato. “Mas hoje diria que não sou candidato em 2012. Só sou candidato a terminar esse trabalho no município. Quando peguei a prefeitura a gente tinha só R$ 1 milhão e 800 mil de emendas parlamentares empenhadas no Orçamento. Atualmente tenho mais de 30 milhões. Este ano ainda vou tentar empenhar mais R$ 27 milhões.

Com isso, nessa reta final do meu mandato vou poder fazer muitas coisas em Cruzeiro do Sul. Quero transformar a cidade num canteiro de obras para que a população possa comprovar que fui um bom vereador, um bom deputado e um bom prefeito. Não tenho a mínima vontade de disputar a reeleição. Só de concluir o meu mandato”, diz ele.

No entanto, Wagner Sales não indica nomes para sucedê-lo. “Não vai ser difícil encontrar um candidato. Existem pessoas dentro do PMDB que podem assumir a responsabilidade. Temos ainda pessoas que estão fora da política e que poderão querer disputar a eleição. Já tenho tido até algumas conversas sobre isso. Já contribui muito e chega um momento em que cansamos de ser políticos. Tenho minha fazenda e quero estar mais próximo da minha família. Não vou sair da política, mas quero deixar de ter mandato”, finalizou. 

 

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