O debate sobre os haitianos que estão entrando pela fronteira do Acre está posto. É preciso jogar luz e racionalidade sobre ele para resolver da melhor forma o problema. Opiniões açodadas, como já se ouviu de alguns políticos, em nada ajudam. Soam mal pelas grosserias, pela falta de sensibilidade social.
Que a vinda desses imigrantes está causando alguns problemas não se ignora. Eles precisam de um lugar minimamente digno para se alojar, de alimentos, de documentação, de trabalho. Municípios como Brasiléia, Assis Brasil e mesmo o Estado não estavam preparados para recebê-los e oferecer essas condições.
Por outra, não se pode ignorar o drama, a tragédia desse povo que sofreu horrores com o terremoto que destruiu seu país. Não se pode ignorar nem permanecer indiferentes à sua dor, às suas necessidades.
Assisti-los no que for possível e, sobretudo, buscar soluções em outras instâncias, como várias instituições e entidades estão fazendo, é o caminho a ser seguido. Neste sentido, é preciso, sobretudo, mobilizar o Governo Federal e mesmo a ONU para encontrar soluções mais abrangentes. Ignorá-los, fechar as fronteiras, como alguns sugerem, é uma desumanidade.