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Índio agoniza em casa de passagem

O índio Horácio Meireles Lima Jaminawá, de 70 anos, está agonizando na Casa de Passagem de Saúde Indígena (Casai). Num ambiente insalubre e sem assistência médico-hospitalar, o ancião faz tratamento contra tuberculose e sente constantes dores abominais. “Ele passa o dia gemendo”, disse o cacique Edivaldo HuniKui.

Para saber mais sobre o caso, a reportagem de A GAZETA procurou a administração, mas constatou que não há portaria nomeando nenhum gestor. O enfermeiro Rui Barbosa de Moura disse que um grupo, composto por sete pessoas, está respondendo temporariamente pela Casai. “Como se pode constatar, esse índio está na iminência de morrer e ninguém sequer encontra o prontuário dele”, disse o coordenador dos Huni Kui do Acre, Ninawá Huni Kui.

A GAZETA ainda procurou o médico plantonista. Na sala de repouso dos motoristas, foi encontrado o clínico-geral Augusto César, que também não sabia da existência do índio nas dependências da casa de passagem. “Não conheço a situação dele, pois não me passaram o prontuário”, conta ele, afirmando que os índios têm encaminhamentos feitos por um ‘mutirão de médicos e enfermeiros’.

Quanto às instalações, elas são inadequadas e insalubres. Um esgoto corre a céu aberto, ventiladores estão quebrados, não há macas e leitos e os colchões estão sujos e sem lençóis.

Moradora da aldeia Santo Antônio, no município de Pauini/AM, a índia Neide Pereira de Souza Jamamady (ainda em estágio convalescência de uma cirurgia), disse que ‘passa’ fome. “A comida é a mesma para todos”, disse ela, referindo-se às marmitas adquiridas pela direção.  

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