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Câmara dos Vereadores suspende sessão para escutar sem-tetos

Os vereadores suspenderam a sessão de ontem para receber os representastes dos sem-tetos que ocuparam no dia 18 uma faixa de terra no Loteamento Portal da Amazônia, no bairro Calafate. O local, próximo a um córrego, é Área de Proteção Permanente (APP) e estaria destinada à construção de um parque ambiental. “A Câmara não resolve, mas encaminha”, disse o presidente da Casa, Juracy Nogueira (PR), para quem concebe a reivindicação de casas populares como ‘justa’.

Morador da região, o vereador Raimundo Vaz (PRP) defende a remoção das famílias (cerca de 40), por se tratar de uma APP, mas quer soluções definitivas para o problema da falta de moradias na Capital. “Sem moradias, essas pessoas ficam desesperadas. E, por necessidade, tomam essas medidas extremas”, disse ele, apoiado pelo colega Elias Campos (PSDC), que também se colocou à disposição dos líderes da ocupação.

Na terça-feira (19), cerca 40 policiais militares foram ao local. Alguns deles teriam intimidado os sem-tetos. A denúncia, feita por ativistas da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e do Sindicato dos Urbanitários, dá conta de que os policiais ‘constrangeram e humilharam’ os invasores. Eles também asseguram que os policiais não portavam nenhuma ordem judicial para um possível despejo.

Alguns invasores são egressos do Ilson Ribeiro II, enquanto outros moravam de aluguel. A maioria, segundo o representante da CTB, José Janes Gomes, é oriunda do próprio lo-teamento. “Por atrasarem os pagamentos das mensalidades, eles foram expulsos de suas próprias casas. E o que é pior: sem determinação judicial”, denunciou Gomes. “Depois que eu fui despejado, moro de favor há 7 anos”, completou o sem-teto e desempregado, Manoel Francisco de Paula Neto.

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