Se houver uma conflagração de conseqüências imprevisíveis no despejo de famílias do Ramal Judia, que estaria para ser decretado neste final de semana, não será por falta de aviso. Os responsáveis, diretos e indiretos, não aleguem, depois, desculpas esfarrapadas ou se escondam atrás de biombos legalistas.
Há mais de 15 dias que o problema vem sendo exposto na opinião pública. A começar pelos moradores que já fecharam ruas e avenidas, pelos deputados que foram chamados a intermediar o conflito, pelo Ministério Público e a imprensa, todos os sinais de alerta já foram acionados, alertando-se de que poderá haver uma conflagração social aguda envolvendo centenas de famílias e não apenas meia dúzia de supostos invasores.
Decidir essa questão apenas pelo aspecto legalista pode ser o pior caminho. Aí entra a força policial e quando isso acontece para resolver questões de cunho social, envolvendo centenas de famílias, as conseqüências são sempre as piores.
Em anos passados, este Estado já passou por essas experiências e os resultados foram quase sempre trágicos. Se quiserem repeti-las, disparem o gatilho.