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Ministro da Justiça vai interceder por ativistas ameaçados de morte

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai receber, no dia 19 deste mês, integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Eles irão relatar as ameaças de morte nas regiões da Ponta do Abunã (RO) e em Boca do Acre (AM). Duas investidas foram feitas contra integrantes da CPT no mês passado. Uma delas foi dirigida ao trabalhador rural e agente da entidade, Cosmo Capistano, e a outra contra a coordenadora da entidade, Darlene Braga.

“Um homem me ligou e disse: ‘olha, avise aos seus amigos que já morreram gente no Pará, em Rondônia, e agora é no Amazonas e Acre e daí por diante’. Disse isso e desligou”, relatou Capistano. Ele trabalha na região de Boca do Acre, município do vizinho Estado do Amazonas. O Ativista preferiu buscar auxílio das autoridades do Acre porque, segundo ele, o poder do Estado é ausente na região.

Para Darlene Braga, as ameaças são consequências do que vem acontecendo pela não atuação do poder público na regularização de terra no sul do Amazonas. “Creio que por isso a gente sofre essas ameaças. A primeira que recebi foi em 2009. A segunda ameaça foi registrada dias depois”, disse a coordenadora, detalhando que um homem ligou para a sede da organização e reportou a ameaça a um funcionário.

Temendo que a situação se agrave ainda mais, os representantes da CPT foram ao Ministério Público Federal (MPF) para denunciar as ameaças e solicitar a abertura de investigações. O procurador da República, Ricardo Gralha Massia, mandou instaurar um procedimento administrativo para apurar quais as causas desses conflitos agrários e de onde as ameaças estariam partindo. “O ministro vai saber que essas regiões são desprovidas do poder público”, complementou a presidente da CUT, Rosana Nascimento.

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