Ampliação da cobertura de planos de saúde pode representar alívio para quem precisa de atendimento, mas também dor de cabeça quando o assunto é o bolso do consumidor. Afinal, há dúvidas ainda se a boa notícia será ou não acompanhada de mais um aumento.
Ontem foi dia de as operadoras começarem a fazer as contas para ver os impactos da nova lista de coberturas obrigatórias publicada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) na terça-feira. Por enquanto, quem pagará os custos de mais 60 procedimentos prontos para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro do ano que vem ainda é uma incógnita.
A ANS vai acompanhar o impacto financeiro para as operadoras por 1 ano. Depois deste prazo, avaliará as conseqüências. A expectativa é de que não haja aumento de preços, a exemplo do último rol, publicado em 2009 e em vigor a partir do início deste ano.
Foram 120 novos procedimentos, o dobro de agora, e nenhum impacto foi registrado no reajuste dos planos. Além disso, como a maioria das 60 coberturas são de cirurgias por vídeo, a agência entende que o paciente passa menos tempo no hospital, precisa de menos tempo de recuperação e há menos risco de infecções, o que, em tese, diminui os custos.
Para o superintendente-executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), Luiz Augusto Carneiro, o aumento no preço dos planos estará condicionado a um fator simples: se as operadoras já cobrem ou não os procedimentos. Segundo ele, pesa ainda a região onde a operadora atua. “Em grandes cidades, a competição é maior. Mesmo com o aumento de custo, as operadoras optam por não repassá-lo ao preço, ou não tanto quanto deveriam, para não perder mercado”, ressalta.
Questionada sobre o problema, a Federação Nacional de Saúde Suplementar se limitou a informar,em nota, que “uma vez aprovada a inclusão de um novo procedimento no rol da ANS, a legislação é rigorosamente cumprida pelas operadoras de planos de saúde”. Já a Associação Brasileira de Medicina de Grupo,também por meio de nota, informou que, “mais uma vez, essa inclusão será feita sem qualquer pagamento ou retribuição financeira para os planos de saúde” e que os custos serão calculados pela ANS apenas em 2013.
Em Belo Horizonte, a Unimed-BH alegou que não pode comentar ainda os impactos financeiros, pois está fazendo os cálculos relativos a 10 procedimentos listados pela ANS que não constavam na consulta pública. A Amil informou que não se pronunciará sobre o assunto. (Diário de Pernambuco)