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Na Amazônia, tráfico, terra e política são as maiores ameaças aos juízes

Na Amazônia, a maior ameaça contra os juízes vem dos conflitos agrários, políticos e traficantes. Informações das Associações de Magistrados e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que 12 juízes em 6 dos 9 estados que compõe a Amazônia Legal (AM, AP, Acre, MT, MA, PA, RO, RR e TO) andam com escolta policial.

E o número é maior que este. Pará, Tocantins e Rondônia dizem não ter dados dos juízes sob escolta. Apesar disso, afirmam que o tráfico é uma ameaça maior do que os conflitos por terra.

No Pará, juízes que combatem o tráfico de drogas já foram ameaçados até pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo, que age no Estado. Um juiz que lida diretamente com a condenação de traficantes disse que recebeu uma ligação do PCC ameaçando explodir um fórum. No Estado, a Vara de Combate ao Crime Organizado mantém detectores de metais para se ter acesso a algumas salas. A Associação dos Magistrados do Pará pediu à presidência do TJ do Estado a compra de 3 carros blindados.

No Maranhão, há 3 juízes com escoltas policiais e pelo menos 30 ameaçados de morte, segundo a Associação dos Magistrados do Maranhão (Amma). Foi o único estado da Amazônia a registrar atentados contra juízes no 1º semestre: foram 3 atentados em menos de 6 meses. A casa de um juiz em Tuntum, distante 305 Km de São Luís, foi alvejada com vários tiros.

O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Orleans Moreira Cruz foi preso em maio, acusado participação no atentado. O TJ/MA notificou 29 situações de insegurança nas comarcas em 7 meses. Tais ocorrências vão desde falta de efetivo, arrombamentos e ameaças contra magistrados.

No Mato Grosso, 3 juízes pediram escolta. Um deles anda com policial 24h por dia, por estar no julgamento de um caso de uma grande quadrilha de criminosos. Outro de Mato Grosso foi ameaçado por julgar um caso ligado à vara de família. Esse juiz tem uma guarnição policial à sua disposição. O terceiro foi por conflito de terras, e conseguiu escolta.

No Acre, existe apenas um juiz sob escolta policial. Mas nomes, tática de policiamento e métodos de prevenção não são divulgados. O intuito é claro: evitar dar uma base de plano de ação para os bandidos da região. “Nós trabalhamos com a inteligência e com a informação para evitar casos como o do Rio”, declarou o presidente da Associação dos Magistrados do Acre, Marcelo Carvalho.(Ultimo Segundo/IG)

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