Os professores decidiram ontem, em assembléia geral, parar as suas atividades. Eles vão cruzar os braços por 48h na próxima semana, nos dias 23 e 24. Agora, eles vão se juntar à greve dos técnicos administrativos da Ufac, que hoje completa 10 dias de paralisação. Entre outras reivindicações, as categorias lutam por reposição salarial, ganho real e medidas que possam valorizar as universidades públicas.
Após 48 dias parados, os servidores administrativos da universidade suspenderam o movimento. Mas decidiram deflagrar uma nova greve. Segundo o comando nacional da categoria, os ministros do Orçamento e Gestão, Paulo Bernado, e da Educação, Fernando Haddad, assinaram um documento no qual se comprometiam a negociar com a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra). Eles não negociaram!
O presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos do 3º Grau (Sintest), Ademar Sena, o ‘Dema’, diz que, das 59 universidades do país, 54 estão paradas. Em 2 grandes instituições, os professores já pararam. “Parece que a intransigência do Governo Federal não chega ao fim”, disse ele, afirmando que até o momento ‘os canais de negociação estavam fechados’.
Uma das principais bandeiras de luta e da conseguinte mobilização nacional é a discussão sobre projeto de Lei Complementar nº 549, que poderá congelar salários por 10 anos. De acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estudos Econômicos e Estatísticos (Dieese), as perdas sala-riais dos servidos são de 15%.
Eles reivindicam também um ganho real de 5%, revisão do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR), o fim da terceirização dos serviços, realização de mais concursos públicos para o provimento de cargos, pagamento de insalubridade e dos vencimentos básicos comprovados, além de um piso de 3 salários mínimos. O salário atual dos servidores é de R$ 1.034.
Além da reposição salarial de 14%, os professores, por sua vez, reivindicam a abertura de concurso, mais investimento em pesquisa e extensão, plano de carreira, data-base para reajuste salarial, paridade entre ativos e inativos, vinculação dos colégios de aplicação às universidades, além de uma política de valorização das instituições públicas de ensino superior.
“No 56º Conselho Nacional de Associações Docentes, foi deliberado e aprovado um plano de lutas, com mobilização da categoria no pe-ríodo de 17 a 26 deste mês, com uma paralisação nacional de 48h”, informou o presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), Eduardo Holanda. A federação dos professores e as outras entidades decidiram, ainda, lançar a campanha ‘10% do PIB para a ‘Educação Já!’.