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Valor médico

A paralisação dos médicos da rede privada exige uma série de reflexões. A primeira e mais imediata trata do direito a que todo profissional tem de querer ser melhor remunerado pelos serviços que presta. Ao se sentir desvalorizada, a classe tem respaldo legal de reivindicar melhorias na remuneração. Calcula-se que a paralisação ocorrida ontem atingiu 76% do total dos usuários de planos de saúde em todo país.

Como em toda paralisação de categorias profissionais, o movimento traz transtornos. Estima-se que 120 mil médicos deixaram de atender nos consultórios particulares. Mas, ao menos até agora, não se teve registros de maiores problemas além dos já esperados.

O segundo aspecto a ser destacado diz respeito a uma especificidade do Acre. Por aqui, raros são os médicos que atendem exclusivamente na rede privada. Aliás, é importante que se frise uma situação rotineira: no sistema público de saúde, esperar para ser atendido, de forma quase desrespeitosa, é uma sina.

Na rede privada, o destino não difere muito. É comum o cliente/paciente esperar uma tarde inteira por uma consulta de breves minutos. Há uma vantagem na rede privada: o cliente/paciente pode nunca mais retornar, um privilégio que o usuário do Sistema Único de Saúde não tem.

 

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