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Acreano denuncia as condições insalubres em presídio da Bolívia

Um preso acreano – que só revelou o primeiro nome, ‘Leonardo’- denunciou várias condições indignas de internamento no presídio da Vila Buchi (Villa Busch), no Departamento de Pando, Bolívia. O denunciante está cumprindo pena no local há cerca de 1 ano e 3 meses e contou que nos últimos 2 meses o lugar tem tido mais problemas que o normal. Segundo ele, os internos de lá (tanto os 20 brasileiros, quanto os demais bolivianos e peruanos) estão passando fome na unidade prisional. Algumas refeições básicas (almoço e janta), inclusive, estariam sendo ‘cortadas’.

O ‘delator’ também disse que a água oferecida na prisão boliviana é escassa e nem sempre é a ideal ao consumo humano (ou, pelo menos para ele, não aparenta ser). ‘Leonardo’ também relatou que a ala de atendimento de saúde do presídio é bastante desestruturada. “Os equipamentos daqui são muito velhos. Quase nunca tem enfermeiro pra nos atender. Além disso, faltam remédios para praticamente todos os tipos de doenças”, descreveu ele.

Leonardo também reclamou da freqüência das visitas do consulado brasileiro na Bolívia. Segundo ele, ‘há muito tempo’ que a embaixada não ouve as insatisfações dos presos no local. Ele também desabafou que os brasileiros presos lá estão sem direito de defesa.

Itamaraty nega ausência de visitas – A Assessoria de Comunicação do Ministério das Relações Exteriores (MRE, ou ‘Itamaraty’) informou que a embaixada do Brasil na Bolívia está, sim, visitando regularmente o presídio em Pando. A assessoria, inclusive, contou que as visitas aos presídios bolivianos são as mais freqüentes do Itamaraty. No geral, elas são feitas bimestralmente. Em alguns países, tais visitas ocorrem só de 6 em 6 meses.

Para embasar suas afirmações, a Ascom revelou que as 2 últimas visitas foram no dia 8 de agosto e 12 de julho. Elas servem para conferir a situação legal dos presos brasileiros (mas a defesa fica por conta deles e do sistema prisional boliviano).

Sobre as denúncias de condições insalubres e falhas de saúde, a assessoria explicou que o Itamaraty não pode influenciar no modo como a Bolívia trata seus presos. A única intervenção que o ministério pode fazer é se houver discriminação com os brasileiros. Ainda assim, nas visitas as equipes escutam as principais necessidades deles e o MRE presta ajuda humanitária de roupas, colchões, camas, remédios, etc. Há até um programa específico de pequenos auxílios só para atendê-los.         

 

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