Sem a sinalização de propostas para pôr fim ao movimento grevista, carteiros e bancários fizeram ontem um ato público no Centro da cidade. “O objetivo é sensibilizar os clientes e usuários destes serviços e mostrar para a população os motivos pelos quais as duas categorias cruzaram os braços”, disse a presidente do Sindicato dos Bancários, Elmira Farias, cuja categoria completou 72h de paralisação. Em greve há 16 dias, os funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) começaram a ter seus pontos cortados.
Os pontos unificadores das 2 categorias são: reposição salarial, ganho real, contratação imediata de novos servidores, melhores condições de trabalho, ganho percentual sobre os lucros e repúdio às tentativas de privatização.
“Tanto os banqueiros quantos os acionistas da ECT retêm lucros exorbitantes”, contou o representante da Central dos Trabalhadores do Brasil no Acre (CTB/AC), Marcelo Jucá. Ele afirma que os bancos e os Correios não oferecem serviços de qualidade à população.
“O Banco do Brasil e o Itaú lucraram, juntos, R$ 13,4 bilhões somente no 1º semestre deste ano”, observa Elmira Farias, denunciando que os altos lucros são proporcionados pelas altas taxas de juros. Quanto aos Correios, a presidente da categoria, Suzy Cristiny da Costa, afirma que a empresa é ‘altamente lucrativa’ e chegou a figurar como uma das mais eficientes do mundo. “Aqui a pressão é muito forte. Ameaças e demissões são freqüentes”, denuncia ela. Suzy acrescentou, ainda, que só no 1º semestre deste ano a ECT faturou mais do que em 2010 inteiro.
Sem a sinalização de acordos, as categorias seguem em greve por tempo indeterminado. Por serem regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as 2 categorias grevistas precisam deixar 30% dos serviços funcionando. O setor de distribuição dos Correios está 100% parado, o que levou ao acúmulo de milhares de correspondências. Segundo o sindicato dos bancários, os bancos pararam 100% em todo Estado.