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Diretor defende médicos legistas acusados de fraudar perícias

O diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Halley Vilas-Boas, saiu ontem em defesa dos médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML). Eles foram acusados de falsificar mais de 6.000 perícias, em um suposto ‘conluio’ com empresas responsáveis pelo seguro Dpvat. “Pautamo-nos pelos princípios administrativos da legalidade, moralidade e transparência”, disse ele. Halley também afirmou que os médicos irão usar os ‘remédios jurídicos’ para exigir reparações.

 A denúncia foi feita pelo advogado Júlio Cavalcante Fortes. Segundo ele, que encaminhou um dossiê ao Ministério Público Federal (MPF), os médicos estariam emitindo supostos indeferimentos fraudulentos nos laudos. Isso prejudicaria acidentados do trânsito e propiciaria um lucro de cerca de R$ 40 milhões aos gestores do Dpvat.

Halley Vilas-Boas disse, ainda, que a Secretaria estadual de Polícia Civil não tolera qualquer desvio de conduta, citando, como exemplo, um legista que fora afastado do cargo recentemente. “Somo uma instituição honrada. Aqui não existem corporativos. Vamos fazer todos os esclarecimentos”, observou. Ele demonstrou que a própria estrutura do prédio foi construída de forma a evitar ‘emissários’, sejam de funerárias ou de seguradoras.

O advogado da empresa Líder (administradora de cerca de 70 seguradoras responsáveis pelo pagamento do Dpvat), Florindo Poersch, apresentou a versão das seguradoras. Ele negou com veemência que exista o número de processo apresentados pelo denunciante e refutou envolvimentos de médicos em um suposto ‘esquema fraudulento’.

“Existem processos, mas não há esquema ou envolvimento de médicos-peritos do IML. Estes médicos são de grande idoneidade. Houve uma inversão de valores, uma que algumas pessoas tentam fraudar o Seguro Dpvat”, disse o advogado, afirmando que chegam aos hospitais pessoas com fraturas, alegando que foram vítimas de acidentes, e, desta forma, procuram laudos para receber de forma irregular o seguro.

Ainda segundo ele, as seguradoras não têm qualquer tipo de ligação com os médicos do IML. “A Líder não tem o menor interesse de fraudar ou deixar de pagar direitos de acidentados, desde que não sejam tentativas fraudulentas de lesar a verdadeira finalidade do seguro”, finalizou Poersch.

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