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Dólar atinge R$ 1,83, maior taxa em 15 meses

O dólar comercial é negociado por R$ 1,829 nas operações desta quarta-feira, em um forte acréscimo de 2,23% sobre o fechamento de ontem. Desde 6 de junho do ano passado o mercado de câmbio doméstico não praticava preços nesses níveis, em meio a um forte nervosismo pelos desdobramentos da crise europeia.

Profissionais do setor financeiro também destacam que a divisa americana é alvo natural de especulação por grandes agentes financeiros.
Até o final de julho, boa parte dos bancos mantinha “apostas” no mercado futuro (contratos financeiros) tendo em vista a queda do dólar e o fortalecimento do real.

Após as turbulências financeiras de agosto, e o drástico corte dos juros promovido pelo Banco Central, essas “apostas” mudaram de direção: desde a semana passada, ainda segundo o BC, os grandes bancos começaram a se posicionar no mercado futuro de moeda de modo a ganhar com a alta das taxas de câmbio.

E por enquanto, corretores de câmbio ainda não notaram nenhuma “corrida” pelo dólar por grandes empresas da economia real. “Os executivos financeiros de grandes empresas preferem fechar operações desde que saibam a tendência –eles preferiram operar com o dólar a R$ 1,50 lá atrás, mas com alguma direção, do que operar a R$ 4 [por exemplo], mas sem tendência conhecida”, sintetiza João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer.

O cenário incerto no curto prazo também faz que as projeções para a taxa de câmbio mudem rapidamente. Até a semana passada, muitos não acreditavam que o dólar pudesse ultrapassar mais que circunstancialmente o patamar de R$ 1,75. E previam que a moeda voltaria a oscilar na faixa de R$ 1,65 e R$ 1,70 — no máximo.

Mas se os preços fixados nesta semana forem mantidos por mais algum tempo, é possível que R$ 1,80 comece a ser visto como um novo “piso informal” para as cotações.

Por outro lado, quem considera exagerada essa alta recente nota que o fluxo de divisas para o país continua forte: hoje, o BC revelou que o saldo cambial (a diferença entre dólares que entram e saem do país) foi positiva em US$ 8,5 bilhões na primeira quinzena de setembro.

No ano, o saldo positivo é de US$ 68,3 bilhões, bem acima dos US$ 24,3 bilhões contabilizados em todo o ano de 2010. Por essa perspectiva, caso o cenário externo volte ao normal –leia- se, a União Europeia consiga afastar por mais algum tempo o “fantasma” do calote grego –o real pode voltar a se fortalecer contra o dólar. (Folha.com)

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