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Técnica de enxertar jiló com tomate chega a 3ª geração com bons resultados à saúde do acreano

Ele irá completar 70 anos no próximo mês de novembro mas sua disposição e vigor remetem a um homem bem mais jovem. Francisco Veiga trabalha de sol a sol na produção de hortaliças e, há cerca de três meses, anunciou a descoberta do ‘jilomate’, um tomate resistente à murcha bacteriana, a praga que vinha dizimando as plantações dessa fruta no Acre. O jilomate é o resultado da enxertia do jiló com tomate, único processo bem-sucedido.

Pois bem: há 9 meses, Francisco Veiga e Jessé Advíncola, técnico da Secretaria de Floresta e Agricultura de Rio Branco (Safra)  decidiram usar o jiló, que assim como o tomate é um fruto da família solonácea, como porta enxerto para duas variedades de tomate, a Ogata Fukuju, do Japão, e a brasileira Santa Bárbara. O jiló porque é rústico e altamente radicular, o que o faz resistente à murcha bacteriana. Decorridos esse tempo – e somando-se aos três anos de tentativas frustradas – o jilomate chegou à segunda  geração. Jessé Advíncola está introduzindo a variedade Ellen F1, a terceira geração do jilomate. Os próximos estudos deverão trabalhar mais com a longevidade de prateleira, ou seja, o tempo de duração na exposição para comércio.

O jilomate vem  sendo considerada uma experiência altamente inovadora no campo da enxertia. A Colônia Safra (nome que coincide com a sigla da Secretaria que apóia o projeto)  onde Veiga e sua esposa Irene mantém uma rentável horta e criações de pequenos animais, transformou-se em um grande laboratório no Pólo Benfica. O melhor meio de levar água e alimento  às plantas é por gotejamento e fertirrigação, técnica de aplicação simultânea de fertilizantes e água, através de um sistema de irrigação. É uma das maneiras mais eficientes e econômicas de aplicar fertilizante às plantas.  A Safra é a condutora da técnica desenvolvida por Francisco Veiga e o técnico Jessé Advíncola, que estão adotando todos os procedimentos para registrar a descoberta. “Temos de colocar os pingos nos “is”: se não fosse a boa vontade do prefeito Raimundo Angelim isso não aconteceria. Foi ele quem começou tudo”, afirmou Veiga ao deixar claro o estímulo que a Prefeitura de Rio Branco deu ao empreendimento.

Safra investiu recursos e grandes esforços
Com o consumo cada vez maior de tomate, a produção também tem crescido mas o bom  desenvolvimento da cultura tem esbarrado na ocorrência de algumas doenças. No Acre, havia uma eternidade propalava-se da dificuldade de cultivá-lo em solo, uma vez que os contaminantes eram infinitamente superiores às técnicas de combate às doenças. Pois bem: a experiência de Francisco Gouveia joga essa tese por terra e soma-se a outras ações que órgãos como o Sebrae, a Embrapa e o Governo do Estado levam à efeito para assegurar o abastecimento dessa fruta no Acre.
“Ninguém falava em enxertia com jiló”, disse Jessé Advíncola. Até se chegar aos resultados atuais, a Safra investiu R$ 30 mil no projeto.  (Ascom PMRB)

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