Os discursos de terça-feira (20) dos senadores acreanos Sérgio Petecão (PMN) e Jorge Viana (PT) não morreram na tribuna do Senado Federal. Os portais na internet das agências Brasil, Amazônia e vários sites de abrangência nacional (Terra Brasil, Diário do Grande ABC, SRZD, etc) divulgaram e repercutiram o assunto. Na maioria, as palavras ‘perseguido’ e ‘proteção (a ele e seus familiares)’, do senador do PMN, figuraram como destaques. Sites locais e regionais também fizeram do episódio ‘um prato cheio’ de notícias.
Tudo começou com o senador Petecão. Ao subir na tribuna, ele contou que teria sido ‘seguido’ por ‘carros descaracterizados’ no último final de semana, quando viajava pelo interior do Estado. Em seguida, expôs suas suspeitas de que os tais ‘carros’ seriam uma maneira de ‘intimidação’. E, para completar a polêmica, insinuou temer represálias dos ‘governistas locais’ e findar sendo o ‘próximo Edmundo Pinto’ no Acre. Por isso, protocolou junto a mesa do Senado um pedido de ‘proteção’ (termo que virou ‘moda nacional’ após a morte da juíza Patrícia Accioly) à integridade física dele e a de seus familiares.
“O que acontecer comigo e com minha família é de inteira responsabilidade das pessoas que hoje estão à frente do Governo do Acre”, declarou Petecão. Por fim, mudando o tom de suas críticas, ele teceu sérias denúncias contra o governador Tião Viana. Petecão acusou o chefe do Executivo de fazer uso da internet para ‘assacar inverdades’ e controlar a mídia no Estado, acusando-o de inúmeras coisas e não lhe dando o devido espaço para defesas.
Petecão se disse ‘vítima do ódio’ do governador, acusou o que chama de um ‘sumiço’ nas bancas da revista ‘IstoÉ’ que trazia uma matéria polêmica sobre ex-governadores (incluindo Jorge Viana e a BR-364) e obras investigadas nos escândalos do Ministério do Turismo. Petecão ainda resumiu o momento do Acre como ‘tempos difíceis’, ‘politicamente tenso’ e ‘sem democracia’.
Sites também ressaltam a resposta rápida de Jorge Viana
Os sites que repercutiram a discussão no Senado também deram amplo destaque à resposta do senador Jorge Viana no episódio. Após o discurso de Petecão, Jorge tratou logo de pedir a sua vez na tribuna (por ter sido citado) e prestar esclarecimentos aos presentes na sessão. E não deixou pontas soltas ante a onda de denúncias do seu rival político. O petista começou lamentando a postura de Petecão ao ‘trazer inverdades e agressões’ na hora de subir à tribuna do Senado e tomar o tempo dos demais senadores. Na seqüência, Jorge saiu em defesa de Tião Viana, do atual modelo político do Acre e rechaçou as acusações de Estado ‘anti-democrático’.
Para o senador do PT, não há ‘mordaças’ nos veículos de comunicação acreanos. Assim, o senador Petecão estaria dando indícios de confundir o ‘contraditório’ inerente ao exercício da democracia com ‘mentira, agressão e invenção’. Jorge afirmou que em tempos antigos se praticava este tipo de controle da mídia e completou: “os que nos acusam eram coniventes com essa bandalheira. Nós sofremos, corremos todos os riscos para tirar o Acre desta situação”.
Sobre a situação atual do Estado, Jorge destacou que o ‘Acre está dando certo’, servindo de ‘exemplo para o Brasil’. Ele pregou que só o que causa instabilidades neste bom momento são as tentativas de ‘grupos políticos’ de ‘tomar de assalto’ o Estado, ‘se aproveitando’ da simplicidade do povo e ‘usando’ seus próprios parentes para tal golpe, além de ‘esconderem seus verdadeiros interesses’ numa imagem de vítima. Nesse sentido, Jorge rebateu ataques ao governador, clamando que Tião tem sido um dos que mais trabalham por um ‘Acre melhor’, além de ser respeitado no cenário nacional por resgatar a imagem do Estado no Congresso.
Sobre a matéria e os panfletos, Jorge diz que está buscando fazer sua defesa e que os tais materiais impressos distribuídos aqui são ilegais porque não reproduzem a reportagem da ‘IstoÉ’, mas sim a modificam para elaborar um material por ele considerado ‘crime’.
Para finalizar o caloroso debate, Petecão voltou à tribuna e – sem maiores argumentos e também sem intenção de prolongar mais o embate – insistiu em dizer que apenas usou do espaço cedido no Senado para expor as denúncias porque assim poderia se expressar, uma vez que, no Acre, o Governo seria o detentor de 99,9% da mídia e ele não lhe cederia espaço.
