A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) quer saber qual justificativa para se transferir diretorias e gerências do Banco do Brasil, atualmente estabelecidas no Distrito Federal, para o Estado de São Paulo.No fim da tarde de segunda-feira a deputada acreana encaminhou requerimento ao ministro Guido Mantega (Fazenda), ao qual o banco está diretamente subordinado, cobrando as justificativas para esta decisão. A transferência é dada como certa em reportagens de jornais nacionais veiculadas no último dia 30, segundo as quais a transferência está envolta em mistérios. E, segundo a deputada, somente a equipe econômica pode explicar.
Ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Perpétua Almeida disse esperar que a presidenta Dilma Rousseff intervenha questionando a Fazenda sobre os reais motivos para as mudanças na instituição financeira. “Eu aguardava que a diretoria do banco estivesse preocupada com os trabalhadores e buscasse negociar para encerrar uma greve que, embora mais do que justa, se arrasta há dias, prejudicando a população. Porém, ao invés de manifestar interesse em pôr fim à greve, surge com atitudes como essa de transferir parte do poder do banco, que hoje é na capital administrativa do país, para o Estado de São Paulo. A sociedade tem direito de saber o que está acontecendo”, disse a deputada.
“São Paulo é centro econômico. A motivação de um banco público, todos sabem, deve ser o social e não a disputa com a iniciativa privada. Neste contexto, embora eu não seja advogada, penso que os princípios constitucionais da administração pública não foram respeitados”, concluiu a deputada.
Em 30 dias, segundo prazo constitucional, o Ministério da Fazenda deve responder à deputada, que, dentre outras, levantou as seguintes questões: quantas diretorias e gerências de Brasília serão transferidas para São Paulo? Quantos Funcionários seriam envolvidos? Qual o montante de recursos a ser gasto? Os trabalhadores foram avisados e estão de acordo? O que o Brasil ganha com essa transferência?
Na sessão ordinária de ontem, já no início da noite, o assunto foi levado pela deputada ao plenário da Câmara Federal. Perpétua deixou clara a sua posição contrária à transferência de gerências e diretorias de bancos públicos que, historicamente, a exemplo do Banco Central e Caixa Econômica, sempre foram sediadas na capital federal. (Assessoria)