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A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
18/11/2011 - 04:17
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Neste fim de ano estamos, mais uma vez, sendo convocados por entidades governamentais e não governamentais, a fazer donativos que serão destinados às famílias pobres deste Estado. Permita-me, leitor, a franqueza de lhes dizer, que vejo com preocupação e restrição o empenho de instituições, especialmente ONGs, salvaguardadas algumas merecedoras da nossa deferência, que sabedoras das estruturas iníquas geradoras da fome, da miséria e do abandono de milhares de famílias, com suas diferentes formas de perversões, quase sempre se escondem e se omitem no tocante ao dever de abolir tais estruturas, contentando-se apenas em ajudar a suavizar as dores em épocas “especiais”. Ademais, só se abiscoitam financeiramente ao longo dos anos.

A campanha, por outro lado, torna óbvio que ainda há, nestas plagas, muita gente vivendo nos limites da miséria. Todavia, dizem alguns especialistas no assunto: já foi pior!

Apesar  do último e quentíssimo Censo, saído do forno anteontem, dizer que Rio Branco, continua entre as capitais (a pior de todas é Macapá) cujos rendimentos per capita das famílias ainda são sofríveis, pode-se, numa gota de otimismo, dizer que a situação de penúria da gente humilde melhorou nos últimos anos, pois acerca de 5  ou 6 anos atrás a situação era lamentável.  

O meu aferidor, quando o assunto envolve o poder aquisitivo das famí-lias de Rio Branco, é um acontecimento alusivo ao V Prêmio José Chalub Leite. O repórter fotográfico Marcos Vicentti foi o vencedor, na categoria fotografia, com a foto “a alegria que vem do lixo”. A foto mostrava três crianças em meio ao lixo da pior espécie, catando entre os dejetos, fisiológicos inclusive, algo de aproveitável. Na mesma época constatou-se, via imprensa local, uma realidade ameaçadora. Era a  realidade de pobreza urgente porque passavam milhares de famílias acreanas. O Governo do Estado, por conta dos festejos natalinos, distribuiu cestas de natal, agraciando mais ou menos 30 mil famílias da periferia que “viviam na desdita”.  

Com base nessas informações, da imprensa local, é bom que se diga, na ocasião fiz as contas: três (3) pes-soas, no mínimo, para cada família teríamos na cidade de Rio Branco cerca de 90 mil pessoas, na mais completa desventura. Para um Estado que possuía estimativa populacional na ordem de 600 mil habitantes, segundo dados, também da época, da Seplands, temos que reconhecer, excepcionalmente, que havia muita gente vivendo adversidades, na capital acreana, só há poucos anos. Todavia, essa não é uma realidade exclusiva de Rio Branco e por extensão do Estado Acre, uma vez que nos rincões desta nação, o novo Censo está aí para provar, ainda precisamos usar a prática do assistencialismo.

O Brasil é um país moderno, onde milhões de cidadãos, embora titulares de direitos subjetivos vive à margem da lei e da própria constituição, sem direitos objetivos, mesmo os mais fundamentais. Vivemos num país onde há pessoas, em sua maioria, mergulhadas na ausência de conhecimento sobre as causas da pobreza, e sobre a extensão e gravidade da nossa própria cumplicidade nesta situação. Não seria sábio procurar saber o que existe atrás de cada família paupérrima? É muito simples dizer apenas que a fome e miséria são as causas dos lares desagregados e destruídos.

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No Brasil, até um dia desses, três quartos (3/4) da riqueza existente estava concentrado nas mãos de apenas 10% da população. Os dados do Censo 2010 divulgados anteontem  mostram que os mesmos 10% mais ricos no país têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha (R$ 137,06) durante três anos e três meses para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico (R$ 5.345,22). Isto é, riquezas imensuráveis continuam nas mãos de poucos enquanto a miséria é privilégio de muitos.

Alguém pode dizer que essa “desigualdade esmagadora” é a realidade da história da humanidade, com tendência a se perpetuar, pois que chegou até aqui sob grande dilema, o dilema do paradoxo humano da convivência dos dominadores  (ricos e poderosos) com os dominados (pobres e miseráveis) e das diferenças entre países de primeiro mundo com países emergentes do terceiro mundo. A propósito, ouvi um especialista em assuntos de miséria e pobreza na América Latina, dizer não entender os porquês de no Brasil, sendo um país riquíssimo, ter tanta gente vivendo em miséria. Tamanha desigualdade só se concebe pelo fato do Brasil ser de dimensões continentais.

Alguns dizem que o sistema tributário, em vigência no Brasil, aprofunda essa desigualdade. Diria eu, presunçosamente, que além desse sistema perverso, essa condição de desigualdade é uma condição que retrata no mais alto grau, a maldade do homem contra seu semelhante. Nem o mal advindo da natureza, como os terremotos que ocorrem no Oriente, matando dezenas de milhares, assemelha-se as maldades do homem contra homem. Essa maldade moral é uma casta tão assustadora que, salvo por uma intervenção divina, diria Santo Agostinho, nos fará, desgraçadamente, sucumbir a todos. Os efeitos dessa maldade moral, segundo estatísticas recentes, retratam um quadro assustador. Só à guisa de exemplo 550 milhões de pessoas moram em favelas. Os vi-ciados em drogas são hoje 60 milhões, envolvendo um “comércio” na ordem de 350 bilhões de dólares. Há 100 milhões de crianças de rua nas mega-cidades, espalhadas pelo mundo aguardando um horizonte melhor.

A cada fim de ano, então, tudo se repete, o povo e as instituições privadas dão suas contribuições  doando o que podem. É notório, contudo, que tal iniciativa se esgota depois dos festejos natalinos. O programa excepcionalmente limita-se ao marketing da grande mídia, sob a égide do tema nacional conhecido como natal sem fome;  por outro lado, sabemos, a boa ação promove, no íntimo de cada coração que compõe lares humildes, as “virtudes” que ajudam a aliviar dor e aflição: paciência, bondade, humildade e assim por dian-te. Também, o alimento à mesa dessas pessoas, por algumas horas, se reveste de esperança de melhores dias. Esperança, que se esvai, na medida em que os dias continuam cruéis, do ponto de vista de sobrevivência humana. Nada além de uma linda ilusão, diria a antiga canção popular, de autoria de Mário Lago.

 

* Francisco Assis dos Santos é pesquisador bibliográfico em Humanidades E-mail: assisprof @yahoo.com.br

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